O Irã confirmou, nesta terça-feira (9), um novo acordo de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), após uma suspensão de sua colaboração. Essa pausa foi uma consequência dos recentes ataques de Israel e dos Estados Unidos em território iraniano. O pacto foi assinado em Cairo pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, e pelo diretor da AIEA, Rafael Grossi, que descreveu o acordo como um “passo importante na direção correta”.
Essa foi a primeira reunião de alto nível entre o governo iraniano e a AIEA desde a suspensão da colaboração, que ocorreu após uma intensa guerra de 12 dias com Israel. Os ataques envolvidos incluíram bombardeios a instalações nucleares do Irã. O país criticou a AIEA por não ter condenado essas ações, e agora afirma que a futura parceria adotará um novo enfoque. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmail Baqai, destacou que o Irã e a AIEA chegaram a um entendimento sobre como prosseguir nas novas circunstâncias.
A suspensão anterior significou que os inspetores nucleares precisavam de autorização do mais alto órgão de segurança do Irã para realizar seu trabalho. O governo iraniano mantém que seu programa nuclear é de natureza civil, mas enfrenta acusações ocidentais de estar buscando armas nucleares, o que Teerã nega categoricamente.
Durante sua visita ao Cairo, Araghchi e Grossi se encontraram com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, que elogiou o acordo como um avanço positivo para a desescalada da situação.
A suspensão da cooperação também resultou na saída dos inspetores da AIEA do Irã, embora uma equipe tenha retornado brevemente no mês passado para supervisionar a substituição de combustível na usina nuclear de Bushehr, mas logo partiu novamente.
O acordo foi ressaltado por Araghchi como uma ferramenta estratégica para que o Irã possa proteger seus direitos ao mesmo tempo em que mantém a cooperação com a AIEA. Durante uma entrevista coletiva, ele afirmou que o acordo inclui “medidas práticas sobre salvaguardas” que respeitam a legislação iraniana e abordam as preocupações do país.
Araghchi também afirmou que o Irã está comprometido em resolver questões sobre seu programa nuclear pacífico através da diplomacia e do diálogo. Ele denunciou os ataques de junho como ilegais e afirmou que os EUA e Israel devem ser responsabilizados por esses atos.
Em caso de agressões contra o Irã ou reimposição de resoluções canceladas do Conselho de Segurança da ONU, o país considerará encerrados os progressos estabelecidos neste acordo.
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