A governança é fundamental para conectar o presente ao futuro das organizações. É essencial que governos, agências reguladoras, conselhos e lideranças empresariais adotem a governança como prioridade, não apenas para o crescimento dos negócios, mas também para o bem-estar das pessoas e do planeta.
Infelizmente, a governança (G) muitas vezes é deixada de lado nas discussões sobre políticas ESG. Para alguns, questões ambientais (E) e sociais (S) parecem mais atraentes. No entanto, é importante lembrar que um sistema de governança sólido, baseado em integridade, transparência e responsabilidade, é vital.
Além disso, a urgência climática faz com que ações visíveis, como reflorestamento, sejam mais facilmente compreendidas do que a criação de regras que evitem conflitos de interesse ou impeçam a corrupção. A governança pode parecer “invisível”, mas sua importância é inegável. Sem o “G”, as ações em “E” e “S” tendem a ser menos eficazes.
Vantagens
Empresas que seguem boas práticas de governança têm menos chances de escândalos e corrupção. Elas se adaptam melhor às mudanças em um cenário inovador. Um estudo de 2021 da McKinsey mostrou que empresas com alta maturidade em governança tiveram desempenho até 20% superior em indicadores de mercado.
A governança também estimula um debate mais estratégico, promovendo o pensamento a longo prazo, essencial para a inovação. Além disso, para oferecer melhores serviços, as empresas devem ter lideranças que reflitam a diversidade da sociedade. Isso melhora resultados, reputação e a sustentabilidade das organizações.
Bora, Bahia!
Implementar um sistema de governança nas empresas baianas é uma maneira eficaz de criar um ambiente de negócios sólido e atrativo para investimentos. O estado, que possui o maior PIB do Nordeste, gera 29% da riqueza da região. O setor de serviços e comércio representa cerca de 30% da economia nordestina, e a indústria de transformação soma 35%. O fortalecimento da governança no agronegócio, que compõe 22,5% do PIB baiano, também é um importante eixo estratégico.
Desmistificando a Burocracia
A governança não é sinônimo de burocracia sem sentido. Durante o lançamento da sexta edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC, a advogada Claudia Pitta destacou que a governança vai além de formalidades; ela se baseia na ética. Para ela, “a empresa não existe num vácuo”. Há uma interdependência com funcionários, clientes, acionistas e a própria sociedade.
Quando esse ecossistema prospera, a empresa também cresce. A construção de um país mais justo e resiliente depende, necessariamente, de empresas bem administradas e conscientes de suas responsabilidades.
Roberta Carneiro é advogada especializada em Sistema de Integridade/Compliance e Governança Corporativa, além de atuar na área de diversidade e inclusão e sustentabilidade. É conselheira certificada e sócia-fundadora da Consultoria Eticar.
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