A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal continua a investigação contra João Paulo Silva Oliveira, de 56 anos, que recentemente viralizou um vídeo nas redes sociais, onde prometia € 500 (cerca de R$ 3,1 mil) em troca de cada “cabeça de brasileiro” que fosse entregue a ele.
Oliveira foi detido na segunda-feira (8) e liberado no dia seguinte, mas agora responderá ao processo em liberdade, sob medidas cautelares. Ele está proibido de utilizar redes sociais e deve se apresentar duas vezes por semana em uma delegacia em Aveiro, sua cidade de residência.
António Pinto, coordenador da Seção de Contraterrorismo e Banditismo da PJ do Porto, alertou que qualquer violação das condições impostas poderá resultar em prisão preventiva. “Temos notado um aumento nesse tipo de crime”, destacou.
A PJ de Porto, encarregada da jurisdição em Aveiro, segue coletando provas para que o Ministério Público possa formalizar a denúncia. Oliveira pode ser acusado com base no artigo 240 do Código Penal português, que penaliza a disseminação de conteúdo discriminatório e incitação ao ódio, com penas que podem exceder cinco anos. A prisão preventiva também é uma possibilidade, caso haja risco de fuga ou reincidência.
Pinto comentou que incidentes de violência motivados por ódio estão se tornando mais comuns. Em setembro de 2023, um imigrante marroquino e um indiano foram vítimas de esfaqueamento na cidade do Porto. “Quando situações assim acontecem, nossa equipe colabora com a área de homicídios. É essencial unirmos esforços para combater o crescimento da xenofobia, que ainda não está tipificada no nosso Código Penal, mas que sabemos que existe”, explicou.
Ele também enfatizou que a era digital trouxe novos desafios à polícia, aumentando crimes como extorsão e a propagação de mensagens de ódio através das redes sociais. “A detenção de João Paulo de Oliveira simboliza uma posição firme contra ações que incitam ao ódio e à xenofobia”, finalizou.
Esse caso levanta questões importantes sobre como lidar com discursos de ódio na sociedade moderna. O que você pensa sobre a situação? Deixe sua opinião nos comentários.
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