Bolsonaro, Moraes e a tática de criar um vilão

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O ex-presidente Jair Bolsonaro tem centrado suas críticas no ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Essa abordagem é parte de uma tática política que Bolsonaro adota desde o início de seu mandato: provocar e desafiar.

O objetivo é transformar Moraes em um vilão para seus apoiadores, criando um “inimigo” externo. Essa estratégia ajuda a justificar ações do ex-presidente, fazendo dele uma vítima e mantendo sua militância engajada.

A lógica é clara: ao criar atritos com o Judiciário, Bolsonaro provoca reações que pode usar para se apresentar como alvo de perseguições políticas.

Essa tática foi evidente em momentos cruciais, como nas críticas que fez às decisões de Moraes em inquéritos sobre fake news e atos antidemocráticos. A cada conflito, o ministro é retratado como um agente que tenta limitar a liberdade de expressão, em vez de ser visto como um defensor da Constituição.

De acordo com o jornalista João Bosco Rabello, essa não é uma estratégia defensiva, mas sim uma base da governança de Bolsonaro. O bolsonarismo, enquanto movimento, precisa de um inimigo para se sustentar.

Essa deslegitimação é essencial, pois mantém a narrativa de vitimização em torno de Bolsonaro. Mesmo diante de investigações e decisões desfavoráveis, que o classificam como líder de uma organização criminosa, ele pode insistir na ideia de “perseguição”.

Ao desmerecer a atuação de Moraes, os apoiadores de Bolsonaro criam uma bolha em que se acredita que o Judiciário age politicamente, não com base na lei, o que enfraquece a confiança nas instituições democráticas.

Em suma, o foco de Bolsonaro em Moraes é uma estratégia para estabelecer antagonismo político e se apresentar como perseguido. É uma forma de se proteger de responsabilidades enquanto busca aumentar seu poder.

O Brasil precisa seguir em frente e superar esse capítulo de sua história. Vamos refletir sobre isso.

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