Três pessoas foram mortas a tiros por ocupantes de motocicletas em menos de meia hora, no extremo sul de São Paulo. Moradores do Capão Redondo relataram, em sigilo, que os crimes podem ser atribuídos a um suposto grupo de extermínio na região.
Segundo relatos, o grupo de assassinos teria contado com a suposta ajuda de policiais militares em pelo menos um dos casos, que envolveu o homicídio do entregador Gabriel Amorim Simão, de 26 anos. Ele foi atingido por oito tiros no peito em um ataque que ocorreu por volta da 0h10 do dia 21.
As imagens de câmeras de segurança mostram que seis criminosos estavam em ação na mesma rua do Jardim Amália, onde Gabriel foi atingido. Um vídeo revela uma conversa entre quatro deles momentos antes do ataque, em que se escuta: “vai lá, acerta cada um [deles]”. Em seguida, as motos com os criminosos, todos usando toucas ninja, luvas e coletes à prova de balas, se afastam.
Vítima testava moto
Um amigo de Gabriel disse que ele chegou em casa após uma noite de trabalho e decidiu testar sua moto após fazer alguns reparos. Infelizmente, foi nesse momento que ele passou em frente a um grupo de possíveis alvos dos atiradores. “Ele estava no lugar e hora errados”, afirmou o amigo, destacando a tragédia do ocorrido.
Gabriel foi interceptado enquanto pilotava. Apesar de tentar se levantar e correr após a queda, um dos garupas desceu e atirou mais vezes. Ele foi alvo de pelo menos 20 disparos, sendo que oito atingiram a região do peito.
Após o ataque, a moto de Gabriel foi roubada e posteriormente encontrada queimada, levando as autoridades a investigar o caso como latrocínio. No entanto, testemunhas questionaram essa classificação, alertando que a conduta dos motoqueiros parecia mais planejada.
Uma testemunha reforçou que os verdadeiros alvos eram os seis homens e uma mulher que estavam sentados próximos ao local. A mulher foi ferida na perna durante a fuga, mas sem gravidade.
Munições recolhidas
Gabriel foi socorrido por vizinhos e levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Macedônia, onde morreu. A polícia chegou ao local e isolou a área, mas foi acusada de coletar cápsulas deflagradas antes da chegada da perícia, comprometendo a investigação. Essa atitude foi questionada pela Secretaria da Segurança Pública e pela PM, mas até agora nenhuma das instituições se manifestou.
Dois mortos meia hora antes
Cerca de meia hora antes do assassinato de Gabriel, outros dois homens, de 21 e 45 anos, também foram mortos em um ataque semelhante no Jardim Nakamura. Os criminosos dispararam contra frequentadores de uma adega, resultando em uma morte no local e outras duas vítimas arrecadadas ao Hospital do M’Boi Mirim, onde uma delas não resistiu. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A situação expõe a gravidade da segurança na região e deixa os moradores em estado de alerta quanto a possíveis novos ataques. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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