Na noite de segunda-feira (15/9), durante um ataque que resultou na morte do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, outras duas pessoas ficaram feridas em Praia Grande. De acordo com informações da Prefeitura, tanto a mulher quanto o homem não correm risco de vida. A mulher recebeu alta ainda na mesma noite, enquanto o homem permanece internado sob cuidados ortopédicos no Hospital Municipal Irmã Dulce.
A cidade decretou luto oficial de três dias em homenagem à vítima. O ex-delegado, que foi alvo de um ataque brutal, lutou contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) durante sua carreira, e o crime está sendo tratado pelas autoridades como um ato de vingança da facção. O secretário-executivo da Segurança Pública de SP, Osvaldo Nico Gonçalves, afirmou que “isso certamente foi vingança do PCC. Ele lutou muito contra a facção”.
O velório de Ruy Ferraz está previsto para ocorrer na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na manhã de terça-feira (16/9), com sepultamento marcado para às 16h no Cemitério da Paz, no Morumbi. Ele deixa uma série de amigos e familiares, mas não tinha filhos.
Execução do ex-delegado-geral
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento do atentado. Ruy Ferraz Fontes dirigia um carro quando colidiu com um ônibus e, em seguida, capotou. Os criminosos, que estavam em outro veículo, saíram e dispararam contra ele. Apesar de resgatado, o ex-delegado não sobreviveu aos ferimentos.
Após o assassinato, o secretário da Segurança Pública anunciou uma força-tarefa, enviando mais de 100 policiais para a região em busca dos criminosos. O carro utilizado no crime foi encontrado incendiado logo depois do ocorrido.
Investigações ainda buscam esclarecer a possível utilização de outro veículo no crime.
Reações das autoridades
- Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo, determinou a criação de uma força-tarefa “com prioridade” para prender os responsáveis.
- O procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, ofereceu apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
- O secretário de Segurança Urbana de São Paulo, Orlando Morando, expressou sua “profunda tristeza” nas redes sociais, destacando o legado de Ruy Fontes na luta contra o crime.
- O deputado estadual Delegado Olim (PP) prometeu caçar os envolvidos na execução do ex-delegado.
Um vídeo recente mostra um novo ângulo do atentado, evidenciando o momento em que os criminosos saem do carro e os motociclistas ao redor se escondem.
Quem era Ruy Ferraz
Ruy Ferraz Fontes, 64 anos, tinha 40 anos de carreira na Polícia Civil e era especialista no PCC. Ele foi jurado de morte por Marco William Herbas Camacho, o Marcola, em 2019, e liderou diversas investigações contra a facção. Ferraz tinha formação em Administração Geral e Financeira em Órgãos Públicos, além de ser ativo em cursos de combate ao narcotráfico.
Ele começou sua trajetória na polícia em Taguaí e ocupou cargos importantes, incluindo delegado geral e diretor de departamentos cruciais na corporação. Recentemente, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023 e continuava até sua morte.
Inimigo nº 1 do PCC
Ruy Ferraz se tornou um símbolo no combate ao PCC, que o via como um de seus maiores adversários. Sua luta contra a facção começou quando o PCC ainda era pouco conhecido, mas logo escalou para um terror eficaz em São Paulo, marcado por ataques orquestrados. Raquel Kobashi, da Academia dos Delegados de Polícia do Brasil, elogiou seu compromisso no combate ao crime organizado.
O atentado que tirou sua vida representa não apenas uma tragédia pessoal, mas também um retrocesso na luta contra o crime em São Paulo. Deixe seu comentário e compartilhe suas opiniões sobre esse caso que choca a todos nós.
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