A viúva do opositor russo Alexei Navalny, que faleceu em uma colônia penal no Círculo Polar Ártico, revelou que testes laboratoriais indicam que seu marido foi envenenado. Yulia Navalnaya fez a afirmação na quarta-feira, em um desabafo que chamou a atenção para as circunstâncias misteriosas da morte de Navalny.
Com 47 anos, Navalny, o principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, morreu em fevereiro de 2024 enquanto cumpria uma pena de 19 anos de prisão. As autoridades penitenciárias alegaram que ele faleceu inesperadamente após uma caminhada na penitenciária IK-3, em Kharp.
Desde então, Yulia acusou a Rússia de assassinar seu marido, sob uma alegação que o Kremlin nega como absurda. Em sua declaração mais recente, ela revelou ter conseguido contrabandear amostras biológicas do corpo de Navalny para análise externa.
Segundo Yulia, laboratórios em dois países confirmaram que Navalny foi assassinado, destacando que ele foi envenenado. Em um vídeo nas redes sociais, ela enfatizou a necessidade de que esses laboratórios publiquem suas descobertas, mas não mencionou qual veneno teria sido encontrado nas amostras.
Quem foi Navalny
Navalny se destacou ao longo de mais de uma década por criticar a elite próxima a Putin e denunciar a corrupção em larga escala. Em agosto de 2020, ele quase morreu em decorrência de um envenenamento por Novichok, uma substância desenvolvida pela antiga União Soviética, um ato que muitos atribuem ao FSB, o serviço secreto russo.
Após tratamento na Alemanha, ele retornou à Rússia em 2021, onde foi imediatamente preso, causando grandes protestos em várias cidades. Em agosto de 2023, foi sentenciado a mais 19 anos de prisão em um julgamento a portas fechadas, além dos 12 anos que já enfrentava.
Mesmo encarcerado, Navalny continuou a se opor a Putin e a criticar a invasão da Ucrânia. Após anunciar sua candidatura contra a reeleição de Putin no final de 2023, ele foi transferido para uma unidade penal no Círculo Polar Ártico, onde morreu meses depois.
Após sua morte, denúncias de que as autoridades se recusaram a entregar o corpo aos familiares aumentaram as suspeitas entre seus apoiadores.
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