A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) realizou um importante debate sobre os limites saudáveis no uso de tecnologias digitais, redes sociais e inteligência artificial (IA). O evento, intitulado “Refúgio Digital ou Risco Real”, aconteceu na manhã de quarta-feira (24) e contou com a participação de especialistas, tendo como proponente o deputado Jurailton Santos, do partido Republicanos.
Na abertura, o deputado ressaltou que a tecnologia deve ser vista como uma aliada, mas nunca pode substituir a importância da interação humana. Ele é conhecido por liderar a campanha “Basta”, que combate a automutilação, depressão e suicídio, e enfatizou a necessidade de discutir o impacto da tecnologia na saúde mental.
Entre os convidados estavam Saulo Menezes, doutor em psicologia, e Glória Maria Machado Pimentel, psicóloga social. Pimentel, ao iniciar as discussões, reforçou que “tecnologia é para ser utilizada, e não para controlar as pessoas”. Ela criticou a aplicação da IA na assistência mental, afirmando que os padrões gerados por máquinas podem excluir diversas realidades e necessidades humanas.
A psicóloga também mencionou a importância de oferecer apoio psicológico em unidades de saúde e escolas, além de grupos comunitários e igrejas, para ajudar pessoas que enfrentam momentos de grande sofrimento.
Saulo Menezes, que integra o Grupo de Trabalho Ciberpsicológico, destacou que a vida digital deixou de ser um acessório e se tornou uma extensão do ser humano. “A nossa memória está no celular, e isso leva à ciborguização, onde não somos mais apenas biológicos, mas também tecnológicos”, explicou.
Ele alertou ainda que o uso excessivo de tecnologia impacta o pensamento crítico, especialmente das crianças, que podem não desenvolver empatia ao se relacionar principalmente através das redes sociais. A dependência digital tem gerado atenção fragmentada, facilitando a disseminação de fake news.
Durante a discussão, Menezes mencionou que a dependência ocorre através da liberação de dopamina, o que torna as redes sociais viciantes e pode levar a ansiedade e depressão, especialmente entre os jovens. Ele recomendou fortemente que crianças e adolescentes evitem o uso de celulares e que voltem a interagir no mundo real.
Ao finalizar o evento, Jurailton Santos recordou algumas propostas da campanha “Basta”. Ele destacou a criação de um fundo para prevenção de suicídio e automutilação, a instalação de portas de proteção nas plataformas do metrô e telas anti-suicídio em passarelas de Salvador, além do selo “Empresa Amiga da Saúde Mental”.
Esse debate trouxe à tona questões relevantes sobre o papel da tecnologia em nossas vidas e os seus impactos na saúde mental. O que você pensa sobre esses riscos e soluções propostas? Deixe sua opinião nos comentários!
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