O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi alvo de mais de 60 disparos de fuzis e pistolas no dia 15 de setembro. Na cena do crime, foram encontrados um total de 63 cartuchos, incluindo 17 de fuzil calibre 7,62, 31 de fuzil 5,56 e 15 de pistola calibre 9 milímetros.
Inicialmente, o atual delegado-geral, Artur Dian, mencionou pelo menos 20 disparos. Contudo, os dados do boletim de ocorrência revelaram um cenário muito mais grave, com a identificação de seis cartuchos de uma arma ainda não identificada, que estavam danificados.
Presos e investigação
Quatro suspeitos já foram presos: William Silva Marques, que era o proprietário da casa usada como base para a ação; Rafael Marcell Dias Simões, que se entregou; Dahesly Oliveira Pires, acusada de buscar um fuzil no litoral paulista; e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, que ajudou na fuga de um dos criminosos.
Outros quatro indivíduos ainda estão foragidos. Entre eles estão Felipe Avelino da Silva, conhecido como Mascherano, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, ambos com DNA encontrado em um dos carros utilizados no ataque. A identidade do quarto procurado não foi revelada.
Recentemente, outra casa alugada por Flávio em Mongaguá, litoral de São Paulo, foi encontrada e periciada pela equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Impressões digitais, incluindo as de Flávio, foram coletadas no local.
O que se sabe sobre a execução
A Polícia está analisando imagens de câmeras de segurança para entender a dinâmica do crime que vitimou Ruy Ferraz. Vídeos mostram os criminosos se preparando para a emboscada. Eles estacionaram um veículo próximo à Prefeitura de Praia Grande, onde Ruy trabalhava.
Após 14 minutos, o carro de Ruy aparece na gravação e é alvo de tiros. Ele tentou escapar, mas acabou colidindo em um ônibus e foi executado após cerca de 2,5 quilômetros de perseguição.
Linhas de investigação
As autoridades não descartam a hipóteses de participação de agentes públicos no crime. Ruy Ferraz tinha uma longa história de confrontos com o PCC e inimizades dentro da própria polícia. Oficialmente, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda analisa todas as possibilidades.
A ação é comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, que foi assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo em um crime relacionado ao PCC. Ruy foi fundamental na investigação da facção criminosa no estado e foi jurado de morte por Marcola, líder do PCC, em 2019.
Quem era Ruy Ferraz
- Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil de São Paulo, especializado na facção criminosa PCC.
- Iniciou como delegado titular em Taguaí, no Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter) 7.
- Foi delegado no DHPP e atuou na Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc).
- Chefiou delegacias e divisões em São Paulo e foi secretário de Administração em Praia Grande.
- Ruy foi professor de Criminologia e Direito e o primeiro a investigar o PCC no estado.
- Foi jurado de morte por Marcola após sua transferência para o sistema federal.
Esse crime brutal levanta questões importantes sobre a segurança e o combate ao crime organizado em nossa região. O que você pensa sobre isso? Deixe seus comentários e opiniões abaixo.
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