Operação contra lavagem de dinheiro apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro

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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apreendeu aproximadamente R$ 1 milhão em dinheiro durante a Operação Spare, realizada nesta quinta-feira, em colaboração com a Receita Federal e outras autoridades. A operação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto e investiga um esquema de lavagem de dinheiro relacionado a uma fintech, além de jogos de azar e venda de combustíveis.

Durante a ação, que abrangeu diferentes municípios como São Paulo, Santo André e Osasco, as autoridades também apreenderam uma arma, 20 celulares e computadores, segundo informações do coronel da Polícia Militar Valmor Racorti.

O foco é garantir que o estado de São Paulo receba compensação pelos impostos que foram sonegados. Caio César Guzzardi da Silva, procurador-geral-adjunto do estado, revelou que várias ações já foram ajuizadas para bloquear veículos e ativos envolvidos na operação criminosa.

“Cada órgão traz sua experiência, e isso resulta em grandes recuperações. Nossa equipe contra fraudes fiscais já ajuizou várias ações, incluindo uma medida cautelar fiscal que busca bloquear R$ 7,6 bilhões em bens de 55 réus”, anunciou Guzzardi.

As investigações começaram após a apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos clandestinos em Santos, que estavam ligadas a postos de combustíveis. Análises financeiras revelaram que os valores eram transferidos para uma fintech, usada para ocultar a origem ilícita dos recursos.

O MPSP desvendou uma rede complexa envolvida na movimentação de valores ilícitos, que incluiu empresas do setor hoteleiro e postos de combustíveis operando de forma irregular.

Operação Spare

Os principais alvos são empresários como Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, suspeito de lavar dinheiro do crime organizado. A fintech BK Bank, mencionada na Operação Carbono Oculto, é acusada de facilitar esse fluxo de dinheiro através de redes de postos de combustíveis e jogos de azar.

Os investigadores também identificaram práticas de adulteração de combustíveis. Além disso, os suspeitos utilizavam empresas de fachada, motéis e estabelecimentos comerciais como meios de lavagem de dinheiro.

Um levantamento pela Receita Federal mostrou que 267 postos identificados movimentaram R$ 4,5 bilhões nos últimos anos, mas pagaram apenas R$ 4,5 milhões em tributos. O esquema também se estendeu a franquias, hotéis e empreendimentos na construção civil, que operaram de maneira similar.

Durante o período, diversas transações levaram à descoberta de propriedades e movimentações financeiras que levantaram suspeitas. A Receita traçou um panorama detalhado da dimensão da operação, incluindo a identificação de mais de 60 motéis que contribuíram para a ampliação do patrimônio dos envolvidos.

A situação evidencia como a exploração de brechas na legislação e a falta de regulamentação permitiram a infiltração de atividades ilícitas em setores legítimos, resultando em um ciclo vicioso de crime e sonegação.

Esse caso é um exemplo de como investigações em colaboração entre diferentes órgãos podem resultar na desmantelamento de redes criminosas. O funcionamento eficiente da Operação Spare poderá não apenas combater a lavagem de dinheiro, mas fomentar a discussão sobre regulamentações mais rigorosas para evitar futuras fraudes.

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