A única igreja católica de Gaza tomou a decisão de não evacuar, mesmo após a ONU declarar a situação na região como um genocídio. Muitos cristãos estão permanecendo no local para cuidar dos feridos e enfermos, apesar dos constantes bombardeios.
O padre Gabriel Romanelli, da Igreja da Sagrada Família, foi uma das vítimas de um ataque durante um bombardeio neste verão. Ele expressou: “Diante da realidade dos idosos, dos doentes, dos exaustos e das crianças, parece que o Senhor nos pede para ficar e continuar a servir aqueles que sofrem. Esta é uma constatação humana e espiritual.”
John Pontifex, responsável pelas relações públicas da Ajuda à Igreja que Sofre, em contato próximo com o padre Gabriel e o Patriarcado Latino de Jerusalém, afirmou que a cidade é o último bastião da presença cristã significativa na Terra Santa. Segundo ele, “eles estão fazendo uma última resistência para manter sua presença e não serem forçados a sair”.
Atualmente, a igreja apoia cerca de 450 pessoas que foram deslocadas internamente. Apesar da exigência de Israel para a evacuação, o Patriarcado Latino afirma que “nenhum lugar em Gaza pode ser verdadeiramente considerado seguro”, tornando a decisão de permanecer no complexo a única opção sensata.
O Patriarca George Akroush destacou a gravidade da situação para os que optaram por deixar. “Aqueles que partiram estão enfrentando algumas das piores situações de suas vidas. Tendas estão erguidas no meio das ruas, as condições de higiene são extremamente precárias e a escassez de recursos é alarmante. Acima de tudo, a morte está por toda parte”, afirmou.
Recentemente, a Comissão Independente de Inquérito da ONU concluiu que as forças israelenses cometeram quatro dos cinco atos considerados genocídio pela Convenção de 1948 na Faixa de Gaza. Essa conclusão foi rejeitada pelo governo israelense.
Essa situação delicada gera discussões intensas. O que você pensa sobre essa resistência da igreja em Gaza? Deixe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments