O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui um grupo de elite dedicado a planejar e executar ataques contra autoridades. A declaração foi feita em um contexto de investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em 15 de setembro em Praia Grande, no litoral paulista.
Derrite destacou que a execução de Ruy Ferraz se relaciona a um grupo dentro da facção chamado “restrita tática”. Ele enfatizou a necessidade de não subestimar a organização criminosa, que se mostrou extremamente perigosa.
“Nos últimos anos, eles formaram esse grupo chamado ‘restrita tática’. Os integrantes são treinados para realizar atentados contra autoridades, passando por diversas formações com diferentes armamentos”, afirmou o secretário.
Na mesma coletiva, Derrite confirmou a prisão de um dos atiradores, Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar. Ele entregou-se à polícia na madrugada de 20 de setembro, cinco dias após o crime, e nega envolvimento na morte do ex-delegado, alegando que estava apenas buscando sua filha na escola na hora da emboscada.
Prisões e Investigações em Andamento
A Secretaria de Segurança Pública anunciou que quatro pessoas já foram presas, e outras quatro estão em fuga. As autoridades aguardam laudos periciais para dar sequência às investigações.
Os presos incluem William Silva Marques, dono da casa onde o crime teria sido planejado, Rafael Simões, Dahesley Oliveira Pires, que buscou o fuzil, e Luiz Henrique Santos Batista, responsável por dar carona a um dos fugitivos. Entre os quatro foragidos estão Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza, cuja presença foi identificada em veículos utilizados no crime.
A Execução de Ruy Ferraz
As autoridades estão usando imagens de câmeras de segurança para esclarecer a dinâmica do assassinato. Um vídeo mostra os criminosos preparando a emboscada. Eles estacionaram um carro próximo da Prefeitura de Praia Grande, onde Ruy trabalhava, por volta das 18h2.
Após 14 minutos, o carro da vítima aparece na gravação e é alvo de disparos. Ruy tentou escapar, mas colidiu com um ônibus e foi executado após cerca de 2,5 quilômetros de perseguição.
Investigações em Busca de Inimigos Internos
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública não descarta a possível participação de agentes públicos no homicídio. Ruy Ferraz era um conhecido adversário do PCC e teve inimizades dentro da própria polícia. Como secretário de Administração em Praia Grande, ele pode ter entrado em conflito com interesses locais.
Trajetória de Ruy Ferraz
- Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos na Polícia Civil de São Paulo, sendo um especialista no PCC.
- Iniciou sua carreira como delegado em Taguaí e passou por diversas funções relevantes na corporação.
- Foi o primeiro delegado a investigar o PCC no estado no início dos anos 2000 e teve uma trajetória marcada por confrontos diretos com líderes da facção.
- Desempenhou cargos significativos, incluindo o de secretário de Administração em Praia Grande, função que assumiu em janeiro de 2023.
Essa situação levanta questões não apenas sobre a segurança pública, mas também sobre a vulnerabilidade de autoridades em um estado onde o crime organizado exerce tanta influência. O que você pensa sobre a situação de segurança nas cidades? Deixe sua opinião nos comentários.
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