Recentemente, a possibilidade de um encontro entre Donald Trump e Lula ilustra uma peculiaridade da política externa dos Estados Unidos. O presidente e sua equipe são os responsáveis diretos por essas decisões, muitas vezes ignorando a diplomacia formal. Isso ficou evidente em encontros secretos entre assessores dos dois países, fora das trilhas convencionais de negociações.
Nos EUA, a política externa é muitas vezes definida por interesses pessoais, onde doações de campanha podem influenciar a nomeação de embaixadores. Para se obter um cargo em uma embaixada, é necessário investir, com doações a partir de 200 mil dólares para cargos em lugares como a América Central, enquanto na Europa os valores podem alcançar milhões.
Desde que assumiu o cargo, Trump já indicou 61 embaixadores. Mesmo para países da América Latina com governos ideologicamente opostos, como México, Colômbia e Chile, ele escolheu nomes bastante específicos, dando-se ao luxo de ignorar a tradição diplomática. A embaixada dos EUA no Brasil, por exemplo, está sem um embaixador formal desde a saída de Elizabeth Bagley, nomeada por Joe Biden, e atualmente é liderada por Gabriel Escobar.
A situação do Brasil contrasta com a da Argentina, que já tem um embaixador indicado. Peter Lamelas, um empresário cubano, foi escolhido para o cargo na Argentina antes mesmo de Trump tomar posse. Em outros países, como a Colômbia e a China, Trump fez escolhas que reforçam suas conexões políticas. Para a Colômbia, indicou Dan Newlin, um ex-xerife e apoiador do Partido Republicano.
Este padrão de nomeações está longe de ser novo. O histórico mostra que indicações muitas vezes refletem doações e não necessariamente a experiência diplomática. Algumas situações anteriores mostram como isso pode ter resultados questionáveis, como no caso de um indicado por Obama para a Noruega, que teve que desistir após ser considerado despreparado.
A política externa americana flutua entre as vontades do presidente e a dinâmica interna de interesses de campanha. A recente revelação de Trump sobre a boa relação que mantém com Lula não surgiu por acaso. As negociações sigilosas entre seus assessores foram planejadas, e o que parecia um encontro ocasional é uma estratégia promovida por interesses comerciais. O foco, muitas vezes, recai sobre o lucro, mostrando que em política o que vale são as relações de poder e os interesses financeiros.
Como você vê essa abordagem da política externa dos Estados Unidos? Compartilhe sua opinião e comente! É sempre interessante conhecer diferentes perspectivas sobre esses temas.
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