O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou neste sábado (27) que as restrições impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à participação dele nas reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU) podem atrasar, mas não impedirão o Brasil de estabelecer parcerias na área da saúde com outros países. Durante uma visita ao Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro, Padilha declarou: “Eles podem restringir a circulação de um ministro, mas não podem restringir a ideia. A força do Brasil na cooperação internacional continua”.
O contexto das restrições é a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que teve início no dia 23. Neste evento, Trump suspendeu a proibição de entrada de Padilha nos Estados Unidos, mas limitou seus deslocamentos a locais específicos, como o hotel e a sede da ONU. Assim, o ministro decidiu não participar de uma reunião da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Washington.
Padilha comentou que as restrições podem causar atrasos nas reuniões, mas afirmou que continuarão a buscar parcerias, seja no Brasil ou em outros países. Ele também destacou as dificuldades que enfrentou devido ao cancelamento dos vistos de sua esposa e filha, enquanto o seu não foi cancelado pois já estava vencido desde 2024.
Impactos do Tarifaço de Trump
Plantando uma visão crítica, Padilha comentou sobre as tarifas do governo Trump que afetam a indústria exportadora brasileira. Ele explicou que essas tarifas têm um impacto negativo na produção nacional de itens de saúde, como equipamentos médicos e insumos, que eram exportados para os Estados Unidos. No entanto, medidas estão sendo adotadas pelo governo para mitigar esses efeitos e explorar novos mercados.
Além disso, afirmou que as restrições têm fomentado novas parcerias no Brasil, como na produção de insulina para diabetes. Ele também reforçou que empresas americanas estão investindo no país, trazendo tecnologia, e citou um acordo para a produção de uma vacina contra o vírus sincicial respiratório. Essa vacina estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de novembro.
Gravidez Planejada
Durante sua visita, Padilha também abordou a questão da contracepção, demonstrando o uso do Implanon, um implante contraceptivo. O SUS irá oferecer até 500 mil unidades do implante gratuitamente até o fim do ano, com uma meta de 1,8 milhão até 2026. “Isso ajudará as mulheres a organizarem suas vidas e reduzir a gravidez na adolescência”, disse.
Visitas a Hospitais no Rio
Padilha cumpriu uma agenda de visitas a vários hospitais na região do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, incluindo o Hospital Geral de Nova Iguaçu e o Instituto Estadual de Oncologia. A visita ao Hospital Federal do Andaraí celebrou a reabertura de serviços importantes que estavam encerrados há mais de dez anos, parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais, que busca melhorar o atendimento especializado.
O Hospital do Andaraí recebe investimentos federais totalizando R$ 600 milhões, e a expectativa é que os principais serviços sejam finalizados no primeiro trimestre de 2026. Essa reestruturação visa diminuir o tempo de espera por cirurgias na rede federal de saúde.
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