Estudantes de escolas públicas e privadas disputam torneio de robótica em Salvador

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Grupos demonstram as habilidades do robô na prática

Um campeonato de robótica está agitando estudantes de escolas públicas, privadas e grupos independentes em Salvador, neste fim de semana. O Torneio SESI de Robótica – Temporada 2021-2022 está sendo realizado no Colégio Sesi Reitor Miguel Calmon, no Retiro, e os grupos estão disputando vagas na etapa nacional, que acontecerá entre 27 e 29 de maio, na Bienal de São Paulo (SP). Nesta sexta (18) e sábado (19), as 30 equipes regionais da Bahia estão apresentando os projetos e sendo avaliadas em quatro quesitos.

São 18 disputas regionais em todo o país. Na Bahia, são 23 equipes baianas, cinco sergipanas e duas de Alagoas. Os grupos têm de quatro a dez estudantes do ensino médio e fundamental, de 9 a 16 anos, e estão divididos em duas categorias: a First Lego League (FLL) e a F1 In Schools. A primeira, envolve missões e disputas de robôs construídos com kit tecnológico da Lego, e a segunda, uma disputa de velocidade em plataforma de carros autônomos de Fórmula 1.

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Grupos da Bahia, Sergipe e Alagoas disputam regional (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO)

Essa é a 18ª temporada da competição, a 15ª em que os baianos participam, e o Sesi Bahia tem 13 grupos na disputa. O coordenador de robótica da escola, Fernando José Didier, contou que os estudantes precisam elaborar um projeto de pesquisa e que os jurados estão observando quatro quesitos.

???Eles são avaliados na categoria pesquisa de inovação, onde eles terão que desenvolver um projeto e trazer uma solução. A segunda, é o designer do robô. A terceira, é o desempenho do robô. O equipamento é levado para uma arena e terá dois minutos e meio para executar várias missões. E a última, são os valores que precisam ser desenvolvidos, como saber trabalhar em equipe, por exemplo???, disse.

O tema da temporada 2021-2022 na modalidade FIRST Lego League é Cargo Connect, que desafia estudantes a buscarem soluções para problemas do dia a dia nas áreas de transporte e logística. Já na modalidade F1 In Schools, o desafio é construir um carro de corrida capaz de percorrer uma pista de velocidade no menor tempo possível.

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Participação feminina cresceu nas últimas temporadas (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO)

Dentre os projetos apresentados existe a construção de caixas térmicas com dispositivos tecnológicos, modelos modernos de logística e de guias de compras on-line. O coordenador contou que a participação feminina tem crescido a cada ano. Kelly Karoline Santos, 15 anos, é estudante do 1º ano do ensino médio no Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, no Bairro da Paz, e está participando da disputa pela primeira vez.

???Nunca me imaginei em uma equipe de robótica. Quando a professora me convidou para a equipe, estava um pouco apreensiva, achava que não tinha capacidade, mas acabamos descobrindo um mundo diferente onde todos nós somos protagonistas, somos capazes de desenvolver [um projeto] e de trabalhar em equipe???, afirmou.

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Kelly tinha dúvidas em participar, mas foi incentivada pela professora (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO)

Já Felipe Macedo, 13 anos, saiu do Sesi de Feira de Santana para participar da competição em Salvador. No ano passado, a equipe dele venceu outro desafio de robótica. Agora, o grupo formado por nove estudantes está em busca de mais uma vitória. ???Está sendo uma experiência magnífica, com muitas trocas de experiências. Todas as pessoas e a energia que esse lugar transmite é de outro nível???, contou.

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Felipe tem 13 anos e participa da disputa pela primeira vez (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO)

Os jurados vão selecionar três equipes vencedoras em primeiro, segundo e terceiro lugar para participar da disputa nacional. A estudante de Engenharia Mecânica, Beatriz Sena, é uma das juradas e foi uma das vencedoras da edição de 2019.

???Eu considerava a engenharia muito engessada e não via espaço para pessoas como eu dentro dessa área, mulher, LGBT, minorias, enfim, eu acreditava que não existia diversidade. A competição me mostrou uma forma de fazer com que a engenharia seja uma ferramenta social. Quando fui para a disputa mundial descobri o que eu queria, e quando cheguei na faculdade já sabia muito mais que os meus colegas???, contou.

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Beatriz Sena seguiu a carreira de engenheira mecânica após competição (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO)

Este ano, a competição conta com o apoio da Prefeitura de Salvador, por meio da Empresa Salvador Turismo (Saltur), que incluiu o torneio na programação do Festival da Cidade, que marca as comemorações do aniversário de Salvador. Durante o torneio, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, visitou o espaço e conversou com os estudantes.

???Todos nós precisamos ser motivados a fazer algo, a não se acomodar, e o jovem tem uma energia pura, motivação, entusiasmo e vontade de fazer. Precisamos retroalimenta essa vontade de uma forma racional e direcionada para o bem e o conhecimento. O jovem é o futuro e a melhor forma de cuidar dele é com educação, esporte, lazer e cultura. Torneios de robótica é a junção de tudo isso???, afirmou.

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