O vice-presidente da CPMI do INSS, deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), fez um pedido de prisão em flagrante para Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O pedido ocorreu durante o depoimento desta segunda-feira, 29/9.
O escândalo envolvendo o INSS foi destacado pelo Metrópoles, que publicou uma série de reportagens a partir de dezembro de 2023. Em três meses, o portal revelou que a arrecadação das entidades, por meio de descontos de mensalidade de aposentados, saltou para R$ 2 bilhões em um ano. Nesse período, as associações enfrentavam diversas acusações de fraude nas filiações de segurados.
As investigações do Metrópoles culminaram na abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e contribuíram para as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). A PF utilizou 38 matérias do portal para justificar a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23/4, que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Durante sua fala, Duarte Jr. questionou Ferreira Lopes sobre supostos descontos indevidos em aposentadorias. O sindicalista, por sua vez, se recusou a responder, invocando seu direito constitucional. Ao acusá-lo de mentir, Duarte exibiu uma reportagem que mostrava uma foto de Ferreira Lopes usando chapéu e perguntou se ele era o da imagem. O depoente confirmou: “Se não for míope, sabe que sou eu”.
Duarte Jr. enfatizou o desacato ao se sentir desrespeitado, solicitando a prisão do presidente da Conafer. Em resposta, ele declarou: “Você não está falando com qualquer um não, seu mentiroso. Você está falando com uma autoridade. Você está preso em flagrante por desacato, você me respeite!”
No entanto, o presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), não acatou o pedido. Ele criticou Duarte por suas expressões incisivas e interrompeu seu microfone. Viana enfatizou que não permitiria que o desacato fosse referendado, pedindo um discurso mais cuidadoso e respeitoso.
Duarte continuou a questionar Viana sobre sua decisão, sendo alertado de que poderia ser retirado da sessão. O senador mineiro afirmou que “ninguém vai fazer show em cima dessa presidência”.
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