Paralisação do governo Trump entra em vigor após Congresso rejeitar orçamento

Os Estados Unidos enfrentam, a partir desta quarta-feira (1º), a primeira paralisação do governo desde 2019. O “shutdown” foi decretado depois que o Congresso não conseguiu aprovar um orçamento provisório que mantivesse o financiamento federal. Com isso, centenas de milhares de servidores públicos serão afastados temporariamente ou trabalharão sem receber até que um acordo seja alcançado. O impasse atual envolve principalmente os gastos com saúde.

Os democratas condicionam a aprovação do orçamento à prorrogação de programas de assistência médica que estão prestes a expirar. Eles alertam que, sem essa extensão, 24 milhões de americanos enfrentariam custos mais altos em seus planos de saúde, especialmente em estados como Flórida e Texas. Por outro lado, os republicanos, liderados por Donald Trump, defendem que as questões de saúde sejam tratadas separadamente e acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca política em um ano eleitoral.

Na noite de terça-feira (30), o Senado tentou votar em duas propostas. O plano republicano, que pretendia estender o financiamento até o dia 21 de novembro, ficou com 55 votos, cinco a menos do que precisava. O projeto dos democratas, que incluía recursos adicionais para saúde, também não obteve a maioria necessária.

A Casa Branca chamou a situação de “shutdown democrata”. Durante um discurso, Donald Trump ameaçou demitir servidores federais e encerrar programas ligados aos democratas durante a paralisação, declarando: “Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”.

Os impactos da paralisação são imediatos. Apenas serviços considerados essenciais continuam funcionando, como segurança pública e fiscalização de fronteiras. Confira algumas consequências esperadas:

  • Servidores públicos: milhares serão colocados em licença não remunerada, enquanto os que ocupam funções essenciais, como controladores de tráfego aéreo, trabalharão sem receber. Os pagamentos serão feitos retroativamente quando o orçamento for aprovado.
  • A aviação e turismo: A Administração Federal de Aviação (FAA) afastou 11 mil funcionários. Isso deve resultar em atrasos em voos e filas maiores em aeroportos.
  • Gestão de parques e serviços culturais: Parques nacionais e museus, incluindo a Estátua da Liberdade, suspenderão visitas.
  • Serviços à população: Enquanto pagamentos de aposentadorias e invalidez continuam inalterados, programas de assistência alimentar podem ser limitados se a paralisação se prolongar.
  • Defesa: Cerca da metade dos 742 mil funcionários civis do Pentágono será afastada, enquanto dois milhões de militares permanecerão em suas funções. Visitas de chefes de Estado programadas para os próximos dias poderão ser canceladas.
  • Impacto na economia: O Escritório de Orçamento do Congresso estima que 750 mil servidores fiquem em situação de “desemprego parcial”, com perdas que podem chegar a US$ 400 milhões por semana. Cada semana de paralisação pode reduzir o crescimento do PIB americano em 0,2 ponto percentual.

A última paralisação ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, também sob a presidência de Donald Trump, e durou 35 dias, com um custo estimado de US$ 3 bilhões, afetando diretamente o PIB e os serviços públicos. Agora, com as eleições legislativas em vista, a troca de acusações entre democratas e republicanos continua, enquanto milhões de americanos enfrentam incertezas sobre cortes e atrasos nos serviços do governo.

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