Estados e municípios em todo o Brasil estão em alerta para novos casos de intoxicação por metanol, cuja origem está em bebidas adulteradas. O Ministério da Saúde determinou que todas as suspeitas devem ser notificadas imediatamente, com foco em identificar a presença do problema além de São Paulo, onde diagnósticos já foram confirmados.
Um caso é considerado suspeito quando o paciente apresenta sintomas persistentes ou em piora após ingerir bebida alcoólica. Esses sintomas incluem embriaguez persistente, desconforto gástrico e alterações visuais, aparecendo entre 12 e 24 horas após o consumo.
O tratamento para casos confirmados de intoxicação por metanol envolve a administração de etanol, que deve ser feito em grau de pureza adequado para uso médico. A administração, seja intravenosa ou oral, é rigorosamente controlada.

Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) e as secretarias de saúde irão tratar a manipulação dos produtos. Em todo o país, existem 32 unidades especializadas em toxicologia, com nove centros em São Paulo. É possível consultar os endereços disponíveis.
Diante dessa situação inédita, o Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação para monitorar os casos de intoxicação por metanol.
Até agora, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) recebeu notificações de 43 casos no Brasil, sendo 39 em São Paulo (com 10 confirmados e 29 em investigação) e quatro em Pernambuco. Um óbito foi confirmado em São Paulo, enquanto outras sete mortes ainda estão sendo investigadas.
Antes deste surto, o Brasil registrava cerca de 20 casos de intoxicação por metanol anualmente. A Polícia Federal está investigando a situação junto a autoridades de vigilância.
A recomendação é que bares e estabelecimentos comerciais redobrem a atenção sobre a procedência dos produtos que vendem. Para os consumidores, o ideal é evitar a compra e o consumo de bebidas que não possuam rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal.

Bares na Mira da Justiça
Nesta quarta-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou estabelecimentos que venderam bebidas alcoólicas com suspeitas de adulteração por metanol. Os responsáveis terão 48 horas, após a notificação, para esclarecer informações sobre:
- Fornecedores e aquisições: tipos e quantidades de bebidas destiladas vendidas nos últimos três meses, identificação dos fornecedores e notas fiscais de compra.
- Estoque e armazenamento: condições de armazenamento, localidade e responsáveis pelo recebimento das bebidas.
- Comercialização e manipulação: modalidades de venda (embalagens lacradas, doses ou combinações) e identificação dos colaboradores envolvidos.
- Outras informações relevantes: registros que possam ajudar na investigação de possíveis casos de intoxicação.

Recentemente, a Associação Brasileira de Combate à Falsificação levantou a hipótese de que o metanol pode ter sido fornecido a distribuidoras clandestinas de bebidas ligadas ao PCC, após uma ação da Receita Federal desmantelar um esquema semelhante em postos de combustíveis, que estava inicialmente descartado pelas investigações e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
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