Saiba qual invasão no DF preocupa juíza por ser “palco de guerra”

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A juíza Iracema Botelho tem se mostrado preocupada com a situação no assentamento Dorothy Stang, em Sobradinho. Para ela, a localidade se tornou um verdadeiro “palco de guerras” pelo controle do crime organizado, incluindo tráfico de drogas e armas.

O assentamento homenageia a missionária católica Dorothy Stang, que era conhecida por sua luta contra a exploração ilegal da floresta e que foi assassinada em 2005 no Pará.

Recentemente, no dia 30 de setembro, a juíza condenou Romário Gil de Sousa Nascimento, um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), por tentativa de homicídio. Ele recebeu uma pena total de 110 anos por diversos crimes, já que já possuía outras condenações.

A juíza destacou que a criminalidade na região do Distrito Federal está mudando, com o surgimento de novas organizações e alianças entre facções rivais visando aumentar seu poder contra o Estado. Ela ressaltou preocupações adicionais, como invasões de áreas supostamente destinadas a moradias e a crescente relação entre advogados, servidores públicos e grupos criminosos.


Entenda o caso em detalhes

  • Uma briga por um lote irregular em Sobradinho, ocorrida em julho de 2023, levou Romário a atirar em um homem.
  • Romário, já foragido por um homicídio em Goiás, contratou a advogada Carla Aparecida Rufino Freitas para evitar a prisão.
  • Ela planejou um esquema para que outra pessoa assumisse a autoria do tiro, oferecendo R$ 3 mil, e contatou um servidor do TJDFT para verificar se havia mandados de prisão contra Romário.
  • O técnico judiciário Rigel dos Santos Brito recebeu R$ 50 para vazar essa informação e também se tornou réu por corrupção passiva.
  • A trama foi desvendada após a prisão de Romário, quando a polícia analisou mensagens em seu celular que revelaram detalhes do conluio.
  • O julgamento de Romário pela tentativa de homicídio ocorreu no dia 30 de setembro, enquanto a advogada e o servidor foram presos na Operação Temis, mas agora respondem ao processo em liberdade.
  • Rigel foi suspenso de suas funções por 90 dias e argumenta que apenas acessou dados públicos.

Enquanto residia no DF, Romário também planejava assassinatos contra o Comando Vermelho em Caldas Novas. Ele foi identificado como mandante do homicídio de Welton Alves Guimarães em 30 de julho de 2023.

Em 22 de julho, a advogada Carla tentava levantar informações sobre mandados de prisão de Romário, incluindo de forma sigilosa. O envolvimento de Rigel no esquema levou a investigações que revelaram a conexão dele com Romário, além de fortalecer a ideia de que havia um acordo em curso.

Após a prisão, a polícia conseguiu acessar mensagens que revelaram a liderança de Romário nas organizações criminosas. Ele é considerado um executor pelo PCC e também atuava como disciplina na facção Amigos do Estado (ADE), que é aliada do PCC em Goiás.

Romário, agora preso na Penitenciária Estadual de Formosa, teve seu celular apreendido e as investigações em seus contatos ajudaram a descobrir a troca de informações entre ele e os envolvidos no esquema criminoso.

Julho de 2024 veria a Operação Temis, que resultou na prisão de Rigel e da advogada, mas ambos foram soltos por meio de um habeas corpus dias após a captura. Apesar da prisão, Rigel defendeu-se alegando que as informações repassadas eram apenas públicas, mas isso não diminuiu a gravidade do caso.

Se você acompanha o cenário de segurança pública na nossa cidade, o que pensa sobre essa situação? Deixe suas opiniões nos comentários. A interação é sempre bem-vinda!

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