Julgamento da Uberização no STF deve se estender até 2026, prevê ministro Dino

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou que o julgamento sobre as relações de trabalho em plataformas digitais, como Uber e iFood, começou na quarta-feira (1º) e deve se estender até o final deste ano ou 2026. Ele destacou que a decisão não resolverá todas as questões, mas proporcionará segurança jurídica tanto para trabalhadores quanto para empresas.

Em sua participação no 15º Congresso de Direito Internacional do Trabalho, em São Paulo, Dino explicou que a constante evolução tecnológica transforma o mercado de trabalho. No entanto, o julgamento estabelecerá uma base legal importante. “Isso não vai resolver todos os problemas, mas vai oferecer uma regulação jurídica básica”, afirmou.

O ministro também destacou que seu voto será definido após ouvir todas as partes envolvidas, que já começaram a apresentar seus argumentos. As discussões entre os advogados das empresas e dos trabalhadores estão em andamento.

Sem revelar sua posição, Dino enfatizou a importância de garantir mínimos direitos constitucionais, mesmo em novas formas de trabalho. “Novas formas de trabalho existem e são aceitáveis. No entanto, isso não pode significar a perda de direitos básicos”, disse ele, mencionando direitos como férias e proteção social, essenciais para a dignidade do trabalhador.

Na palestra, o ministro também discutiu temas como terceirização e o impacto da tecnologia no trabalho, utilizando um tom leve que divertiu a plateia. Ele fez uma piada pessoal sobre sua própria utilização do iFood durante horários de pico de entrega.

Dino ainda recorreu a passagens bíblicas de Gênesis e Êxodo para enfatizar a importância dos descansos. “Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo. O sábado foi feito para o homem”, observou.

Ele alertou para o crescimento do crime organizado dentro da economia formal e defendeu que o direito deve atuar para prevenir abusos. Com relação à uberização e à pejotização, o ministro pediu que o STF aborde os assuntos com equilíbrio, evitando extremismos e “negacionismo jurídico”. Ele chamou a atenção para a relação de subordinação entre trabalhadores, mesmo que atenuada, e expressou preocupação por casos em que um trabalhador perde acesso às melhores corridas ao se desconectar por um dia.

E você, o que pensa sobre a regulamentação das plataformas digitais? Deixe seu comentário e vamos conversar sobre esse tema tão atual!

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