Empresa suspeita de mineração ilegal atuou 6 anos sem licença, diz PF

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Uma investigação da Polícia Federal (PF) em Minas Gerais revelou que uma empresa atuou no setor de mineração por mais de seis anos sem as devidas autorizações. O grupo é suspeito de movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão e está vinculado a crimes ambientais.

O relatório da operação Rejeito, iniciada em 17 de setembro, identifica servidores de órgãos ambientais, incluindo o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), entre os alvos da investigação. A Justiça já afastou três funcionários da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

O empresário Alan Cavalcante do Nascimento é um dos principais investigados e foi alvo de um mandado de prisão preventiva. Ele é suspeito de liderar uma organização criminosa que corrompia servidores públicos para obter licenças ambientais fraudulentas, permitindo a exploração irregular de minério de ferro em áreas protegidas.

A PF aponta que essas atividades teriam consequências graves para o meio ambiente, aumentando o risco de desastres sociais e humanos. Os envolvidos usaram várias empresas, incluindo a Fleurs Global, para supostamente lavar dinheiro, realizando operações sem a licença necessária.

O relatório indica que a Fleurs Global Mineração LTDA operou por mais de seis anos sem licenciamento ambiental adequado. A investigação observou que servidores públicos facilitaram a emissão da Licença de Operação Corretiva (LOC), mesmo sem parecer favorável do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan).

Segundo a PF, foram cometidos atos ilegais, como manipulação de documentos e favorecimento indevido, que comprometeram a legalidade das licenças emitidas. As movimentações financeiras da empresa também levantam suspeitas, com um total de R$ 4,2 bilhões em lançamentos bancários.

A PF identificou que Alan Cavalcante teria recebido cerca de R$ 23 milhões diretamente da empresa e outros R$ 87 milhões indiretamente entre dezembro de 2020 e março de 2023. A operação recomendou o sequestro de valores, a suspensão das atividades da empresa e a responsabilização dos envolvidos.

A Serra do Curral, um dos locais de exploração irregular, está a aproximadamente 15 km de Belo Horizonte e é um cartão postal do estado. A investigação dessa área levou à denúncia de Alan e dos demais suspeitos, culminando na operação Rejeito.

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