A recente aprovação unânime pela Câmara dos Deputados do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é positiva, mas a realidade política mostra que os problemas estão longe de ser resolvidos. A casa legislativa ainda tem um histórico de decisões questionáveis, como a PEC da Blindagem. E novos capturados políticos, como a proposta de anistia a golpistas e a possível isenção antecipada para Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, estão a caminho.
Após uma sequência de manobras, o presidente da Câmara, Hugo Motta, mudou sua abordagem. Ele retirou a anistia da pauta, colocando em discussão temas mais relevantes, como a reforma administrativa e segurança pública. No entanto, o PL de Bolsonaro pretende introduzir uma emenda que possa beneficiar o filho do ex-presidente, que, enquanto isso, continua sua atividade política nos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro enfrenta acusações sérias, ligadas a tentar influenciar governos estrangeiros contra o Brasil e obstruir a Justiça. Enquanto isso, há uma tentativa de criar uma emenda que classifique sua atuação como uma questão de liberdade de expressão.
No debate sobre a anistia, o deputado Paulinho da Força apresentou sua relatoria, mas a falta de consenso entre os partidos é clara. A proposta inclui a redução das penas para uma máxima de três anos de prisão para Bolsonaro e outros condenados, além de uma mudança nas regras de progressão de regime.
Os partidos de esquerda, em resposta ao clamor das ruas contra a anistia, se opõem à redução de penas para golpistas. Apesar do desinteresse popular, o projeto avança em regime de urgência e deve ser discutido em breve na plenária, suscetível a emendas que visam um perdão total para Bolsonaro.
A insistência do Congresso em discutir anistias e perdões para figuras controversas levanta preocupações sobre as prioridades dos parlamentares, que parecem distantes das necessidades da população. A aprovação do projeto de isenção pode ter sido um ponto fora da curva neste cenário.
Fique alerta, pois novas mobilizações podem ser necessárias para garantir que a voz da população seja ouvida.
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