Hoje, 5 de outubro, celebramos o Dia do Empreendedor. E os números mostram que o empreendedorismo não é apenas uma opção de renda, mas uma chave para reduzir o desemprego no Brasil. Dados do Sebrae indicam que, sem os empreendedores, a taxa de desocupação no país seria cinco vezes maior.

O estudo revela que em 2024, 94% da população economicamente ativa estava ocupada, o maior índice desde 2019. Um em cada quatro brasileiros empregados é um empreendedor. Atualmente, os donos de negócios representam 27,4% da taxa de ocupação nacional, com 23,5% atuando por conta própria e 3,9% como empregadores. A formalização também teve um aumento significativo, passando de 8,1% para 9,3% entre 2019 e 2024.

Para Dércio Lima, presidente do Sebrae, o empreendedorismo se tornou uma parte estratégica da política de desenvolvimento do país, demonstrando sua importância não apenas como uma escolha individual, mas como uma necessidade coletiva.

Histórias de sucesso que inspiram

Uma história que ilustra esse impacto é a de Washington Vasconcellos, fundador e CEO do 2Y Group, que hoje fatura 98 milhões de reais por ano. Porém, sua jornada começou em condições adversas.

Aos 18 anos, Washington recebeu a chocante notícia de que sua família seria despejada. Ele lembra com clareza do momento em que tudo mudou: “Foi em uma terça-feira, eu, minha mãe e minha irmã tivemos que nos mudar para a casa de parentes.” Nesse tempo, ele dividia seu dia entre trabalho e estudo, e sua alimentação se resumia a um lanche barato. Com a morte do pai, tornou-se o responsável pela família, o que o levou a descobrir seu talento empreendedor.

Após vender o carro para pagar dívidas, decidiu investir no ramo de roupas íntimas com apenas R$ 300. Esse investimento inicial cresceu rapidamente, e ele e sua esposa conseguiram abrir várias lojas. Durante a pandemia, mesmo enfrentando dificuldades, eles se adaptaram ao online e continuaram a luta.

Riscos e recompensas

A virada da sua carreira veio quando, observando o setor imobiliário, Washington decidiu construir seu primeiro prédio. Sem capital suficiente, teve que vender as unidades na planta para iniciar a obra. Reuniu uma equipe de corretores que eram pagos somente se as vendas fossem bem-sucedidas.

Em um dia decisivo, frente à ansiedade, ele conseguiu vender mais apartamentos do que o previsto. “Saí de casa com R$ 10 mil e voltei com R$ 1,2 milhão”, relembra.

Mais que um empresário, um exemplo

Hoje, Washington não apenas superou sua infância difícil, mas também vendeu mais de 1.100 apartamentos e emprega mais de 210 pessoas. Ele é um exemplo de que o empreendedorismo pode mudar vidas: “Minha maior satisfação é entregar as chaves do apartamento que um dia foi o sonho de alguém”.