Hamas quer troca ‘imediata’ de prisioneiros antes de negociar com Israel no Egito

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Neste domingo, 5 de outubro, o Hamas anunciou que está disposto a negociar uma troca imediata de prisioneiros com Israel. Essa proposta vem antes do início das discussões mediadas pelo Egito, que visam implementar o plano de paz proposto por Donald Trump para encerrar o conflito em Gaza. O Egito, atuando como mediador principal, considera que esse diálogo pode abrir caminho para um cessar-fogo após quase dois anos de combates.

Um representante do Hamas, que controla Gaza desde 2007, expressou um forte desejo de pôr fim à guerra e iniciar a troca de prisioneiros. Em resposta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, indicou que suas equipes de negociação estão ajustando os “detalhes técnicos” para a possível troca. O Egito confirmou que uma delegação do Hamas estará em seu território para conversas indiretas com representantes israelenses, previstas para os dias 5 e 6 de outubro.

Essas negociações acontecem antecipadamente ao segundo aniversário do conflito, que começou após um ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Donald Trump, autor da proposta de trégua, enviou seu genro Jared Kushner e o assessor Steve Witkoff ao Cairo para monitorar as tratativas. Trump reforçou que não aceitará atrasos na execução do plano. Em um pronunciamento recente, Netanyahu afirmou que espera que os reféns israelenses sejam libertados até a festividade judaica de Sucot, que começa em 6 de outubro e se estende por uma semana.

Na sexta-feira, 3 de outubro, o Hamas já havia se mostrado aberto a negociar a libertação dos reféns e o fim da guerra. Como resposta, Trump pediu que Israel suspendesse os bombardeios em Gaza para facilitar a libertação rápida e segura dos sequestrados. No dia 4 de outubro, manifestações em Tel Aviv e Jerusalém clamaram pelo encerramento do conflito e solicitaram que Trump garantisse o cumprimento do acordo.

Trump declarou em sua rede Truth Social que Israel aceitou um plano de retirada inicial de Gaza e que o cessar-fogo começará assim que o Hamas confirme o pacto. A expectativa é de que a troca de reféns e prisioneiros ocorra, criando condições para a próxima fase da retirada.

Apesar dessas promessas diplomáticas, os bombardeios israelenses continuam em Gaza. Segundo a Defesa Civil local, 57 pessoas foram mortas durante os ataques do dia 4, sendo 40 na Cidade de Gaza. Moradores relataram uma intensificação nos ataques desde o anúncio de Trump. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que a ofensiva para tomar a Cidade de Gaza deslocou cerca de 900 mil palestinos, gerando uma crise humanitária crescente.

Em resposta ao plano de Trump, o Hamas argumentou que deve ter voz nas decisões sobre o futuro de Gaza. No entanto, a proposta americana sugere que o grupo e outras facções não terão papéis na administração do território. O plano prevê o fim das hostilidades, liberando os reféns, a retirada gradual de Israel e o desarmamento do Hamas, sendo a administração futura confiada a um organismo técnico liderado por Trump.

Desde o início do conflito em 2023, 1.219 pessoas já perderam a vida em Israel, a maioria civis, e 251 pessoas foram sequestradas durante o ataque do Hamas, com 47 ainda em cativeiro. A represália israelense resultou em pelo menos 67.139 mortes em Gaza, uma grande parte civil, segundo dados do Ministério da Saúde local reconhecidos pela ONU.

E você, o que pensa sobre a atual situação? Como você acredita que as negociações poderão impactar a região? Deixe seu comentário.

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