A Policia Federal (PF) está investigando um esquema de crimes ambientais que envolve o setor de mineração em Minas Gerais, na operação chamada Rejeito. A suspeita é de que houve um pagamento de propina de até R$ 7,2 milhões a membros da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Durante a investigação, a PF encontrou uma planilha interna do grupo que inclui uma rubrica intitulada “Aquisição ANM Completo”, com o valor suspeito. Essa informação foi obtida através de uma captura de tela de um dos investigados, que continha detalhes sobre o projeto “Rancho do Boi”, situado na Serra do Curral.
A localização do projeto é considerada sensível, pois está perto de áreas protegidas, o que aumenta a gravidade das supostas irregularidades. A PF enfatiza que isso pode ter impactos sérios em ecossistemas vulneráveis.
A descoberta da planilha sugere que houve um planejamento financeiro para influenciar decisões dentro da ANM. A PF reafirma que esse aspecto deve ser investigado mais a fundo. Eles ressaltam que a existência desse registro contábil, ligado diretamente à ANM, é extremamente suspeita e merece atenção especial.
O relatório da PF, enviado à Justiça, detalha irregularidades administrativas na ANM. Uma delas foi a duplicidade de aprovações para um relatório de pesquisa, que beneficiou empresas sob investigação, permitindo que atuassem no setor mesmo sem a devida regularização.
Outro ponto abordado no relatório foi a análise do tombamento da área, que tem 66,6 hectares e interferiu em três pontos do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Parte dessa área se sobrepõe a regiões tombadas na Serra do Curral.
Apesar das evidências coletadas, a ANM não tomou as medidas administrativas necessárias para lidar com a sobreposição a áreas protegidas. A PF questiona a validade dos documentos utilizados pela ANM e afirma que eles não foram retirados do sistema oficial, o que compromete a legitimidade da análise.
O diretor da ANM, Caio Mário Trivellato Seabra Filho, é visto pela PF como atuando de forma coordenada com outros integrantes do grupo criminoso, buscando beneficiar interesses privados.
Alan Cavalcante do Nascimento, destacado como o líder do esquema, é empresário e possui várias empresas, incluindo uma jazida de minério na Serra do Curral. O grupo teria corrompido servidores públicos para obter licenças ambientais fraudulentas.
O que você acha sobre essa investigação? Deixe sua opinião nos comentários e vamos discutir as implicações desse caso para o meio ambiente e a mineração em Minas Gerais.
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