Na última quinta-feira, o Ministério da Saúde enviou uma nota técnica aos estados e municípios com novas orientações sobre o atendimento e notificação de casos de intoxicação por metanol após a ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas. Agora, a confirmação de um caso e a indicação de tratamento dependem do histórico de ingestão, do quadro clínico e de resultados laboratoriais compatíveis.
Além dos casos confirmados, os casos suspeitos passaram a ser definidos conforme a persistência ou agravamento dos sintomas entre 6 e 72 horas após a ingestão. O documento ainda revisa os critérios de confirmação e detalha o fluxo de análise laboratorial, os procedimentos para solicitação de insumos e a notificação imediata ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS).
O texto inclui definições de casos confirmados, descartados e em investigação, e especifica o fluxo de análise dos exames. Além disso, orienta sobre a notificação imediata aos CIEVS estaduais, que devem informar o CIEVS Nacional pelo Disque-Notifica (0800-644-6645) e pelo e-Notifica. Apesar da notificação imediata, a obrigatoriedade de registrar no Sistema de Informação de Agravos de Notificação permanece.
O laboratório responsável pelas análises deverá ser escolhido por cada estado, priorizando os da rede de Centros de Informações Toxicológicas (CIATox) ou da Polícia Científica. Esses centros atuam na orientação, diagnóstico e manejo de intoxicações, além de apoiar a vigilância. Na Bahia, o CIATox-BA atende anualmente cerca de 9.000 casos.
Se o estado não tiver capacidade para realizar as análises, as amostras devem ser enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), que encaminhará para o CIATox em Campinas. Até agora, 21 estados definiram o fluxo para análise das amostras. Os estados sem CIATox podem utilizar o Disque-Intoxicação da Anvisa de forma gratuita pelo número 0800 722 6001.
Com a ajuda do laboratório da Unicamp, em São Paulo, até 190 testes por dia serão realizados, aumentando a capacidade de resposta e o tratamento aos pacientes.
Na mesma data, o Brasil recebeu um lote de 2.500 unidades do antídoto fomepizol, que vai fortalecer o estoque do SUS para o tratamento de intoxicações por metanol. Deste total, 1.500 unidades foram enviadas aos estados, sendo que São Paulo foi o primeiro a receber 288 unidades.
Outros estados com suspeitas também receberão o antídoto, como Pernambuco (68 unidades), Paraná (84), Rio de Janeiro (120), Rio Grande do Sul (80), Mato Grosso do Sul (20), Piauí (24), Espírito Santo (28), Goiás (52), Acre (16), Paraíba (28) e Rondônia (16).
Mil ampolas ficarão no estoque estratégico do Ministério da Saúde. O etanol farmacêutico, outro item essencial para combater essas intoxicações, também já foi enviado para diversos estados, incluindo Acre (30), Alagoas (60), Bahia (90) e outros.
Os sintomas de intoxicação podem levar de 6 a 72 horas para aparecer. Esteja atento a sinais como sensação de embriaguez persistente, náuseas, vômitos e dor abdominal forte. Também pode haver dor de cabeça, tontura e confusão mental. Ao perceber qualquer um desses sintomas, especialmente alterações visuais após ingestão de bebidas alcoólicas, busque imediatamente atendimento médico.
O que você acha das novas diretrizes do Ministério da Saúde? Compartilhe sua opinião e ajude a espalhar informações importantes sobre intoxicações por metanol.
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