Uma grande operação da Polícia Civil de São Paulo apreendeu, nesta sexta-feira (10), bebidas destiladas sem nota fiscal e com suspeita de falsificação em adegas e distribuidoras de Ubatuba, no litoral norte paulista.
Chamada de “Operação Veneno Fatal”, a ação envolveu a Polícia Militar, Guarda Civil, Vigilância Sanitária e a Fiscalização de Posturas da Prefeitura de Ubatuba. Foram identificados estabelecimentos nos bairros Centro, Perequê-Açu, Itaguá e Estufa, suspeitos de vender bebidas falsificadas ou adulteradas.
Em uma das adegas abordadas, foram apreendidas três garrafas de gim, cinco garrafas e um galão de cachaça, além de cinco latas de energético, todas de origem não comprovada.
A Vigilância Sanitária encontrou “graves irregularidades sanitárias” e determinou a interdição do local, devido a péssimas condições de armazenamento e à presença de produtos impróprios para o consumo. Em outra distribuidora, foi apreendida uma garrafa de licor importado sem o registro de entrada legal.
Além das bebidas, os agentes encontraram 633 pacotes de cigarros de marcas diversas, todos de procedência estrangeira e sem nota fiscal, levantando indícios de contrabando. A responsável pelo local foi levada à delegacia para prestar esclarecimentos.
As mercadorias apreendidas foram encaminhadas para a Delegacia de Ubatuba e passarão por uma perícia técnica pelo Instituto de Criminalística. O objetivo é analisar a autenticidade e o conteúdo dos produtos, além de comunicar à Receita Federal sobre suspeitas de irregularidades fiscais e contrabando.
Fiscalizações do Procon
Na mesma noite, mais de 400 agentes do Procon-SP e de Procons municipais fiscalizaram mais de mil bares e estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas. A ação, chamada #DeOlhoNoCopo, foi parte de uma força-tarefa para lidar com casos de intoxicação por metanol, que, segundo os últimos levantamentos, já somam 25 casos confirmados em São Paulo.
Os fiscais verificaram o cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, focando na procedência das bebidas e orientando os clientes sobre os riscos da contaminação. Foram identificadas irregularidades em 42 locais, mas não houve registro de adulteração de bebidas.
“Estamos realizando uma operação voltada à saúde do cidadão paulista, atuando para restabelecer a confiança nos estabelecimentos”, comentou Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP.
Fábricas clandestinas
A Polícia Civil também desmantelou duas fábricas clandestinas de bebidas em Hortolândia e Tatuí. Essas ações ocorrem após a morte de cinco pessoas supostamente devido à intoxicação por metanol.
Em Hortolândia, a fábrica foi descoberta por meio de uma denúncia anônima. Um homem foi preso e foram apreendidas 1.258 garrafas cheias, entre outros materiais usados na produção de bebidas. O responsável do local foi autuado em flagrante por falsificação e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais.
No Tatuí, um homem de 42 anos e um adolescente de 17 anos foram envolvidos em um esquema de adulteração e envase de bebidas. O local funcionava em condições sanitárias precárias e continha uma diversidade de materiais não relacionados à produção de bebidas.
Essas operações fazem parte de um esforço coordenado pelo governo de São Paulo, que instaurou um gabinete de crise para combater a contaminação por metanol em bebidas. Desde a sua criação, no final de setembro, o grupo tem promovido interdições de estabelecimentos suspeitos e recolhimento de amostras para análise.
O que você pensa sobre essas ações? Acredita que elas são suficientes para combater o problema das bebidas adulteradas? Compartilhe suas opiniões nos comentários!
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