O Hamas anunciou que não fará parte do futuro governo da Faixa de Gaza após a guerra. A informação foi confirmada a jornalistas pela AFP no último domingo, 12 de outubro, durante o terceiro dia de um cessar-fogo com Israel. Osama Hamdan, um alto funcionário do grupo palestino, afirmou que a troca de prisioneiros ocorrerá na manhã da próxima segunda-feira, dia 13.
De acordo com o acordo de trégua, que entrou em vigor na última sexta-feira, haverá a troca dos reféns que ainda estão em Gaza por cerca de 2.000 palestinos detidos em prisões israelenses. Este grupo inclui 250 indivíduos detidos por razões de segurança nacional. A negociação agora se concentra na implementação de um plano de 20 pontos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que envolve o desarmamento do Hamas e a renúncia ao controle de Gaza ao final do conflito.
Com a trégua, caminhões de ajuda humanitária começaram a entrar na região, mas moradores de Khan Yunis relataram que alguns veículos foram saqueados por pessoas desesperadas por alimentos. “Exigimos que a ajuda seja garantida e distribuída respeitosamente”, disse um morador. O plano de paz ainda prevê a substituição do exército israelense, que está se retirando de Gaza, por uma força multinacional liderada por Egito, Catar, Turquia e Emirados Árabes Unidos, sob coordenação dos Estados Unidos.
Após as negociações, uma fonte próxima ao Hamas declarou que já não se considera mais o governo da Faixa de Gaza. O grupo confirmará que não participará da fase de transição, embora continue sendo uma parte importante da sociedade palestina.
O anúncio ocorre um dia antes de uma cúpula de paz em Sharm el-Sheikh, no Egito, que contará com a presença de importantes líderes mundiais, incluindo Trump e o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi. Antes, Trump planeja visitar Israel para se encontrar com as famílias dos reféns capturados em um ataque do Hamas em outubro de 2023.
Enquanto as famílias dos reféns israelenses aguardam ansiosamente por notícias de seus entes queridos, os palestinos enfrentam a devastação de suas casas. “Todos temem o retorno da guerra”, desabafou um morador de Gaza. Para muitos, o cenário de destruição é desolador. Fatima Salem, por exemplo, ficou arrasada ao perceber que a sua casa não existe mais. “Sinto falta do cheiro da minha casa, mesmo que agora seja apenas escombros”, afirmou.
Apesar dos esforços em andamento, os negociadores enfrentam desafios consideráveis para alcançar uma solução política sustentável que permita ao Hamas desarmar e abrir mão do controle de Gaza. Uma fonte do grupo confirmou que o Hamas aceita um cessar-fogo de longo prazo, mas ressalta que suas armas só serão usadas em caso de novos ataques israelenses.
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