“Gêmeas do crime” planejavam esquema de assassinatos por encomenda

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Uma investigação policial está revelando um esquema alarmante de homicídios por envenenamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, com um nível de frieza que impressiona as autoridades. As gêmeas Ana Paula Veloso Fernandes e Roberta Cristina Veloso Fernandes, ambas de 35 anos e residentes em Guarulhos, planejavam assassinatos por encomenda e até estipularam um valor mínimo para os crimes.

De acordo com as investigações da Polícia Civil de São Paulo, Ana Paula se apresentava como enfermeira e, junto de Roberta, utilizava códigos para planejar no mínimo quatro assassinatos. As conversas entre as irmãs revelaram uma divisão clara de tarefas e discussões sobre pagamentos relacionados aos homicídios, que elas se referiam de forma codificada como “TCC” (Trabalho de Conclusão de Curso).

Valor por Morte

Documentos obtidos mostram que o esquema tinha um preço base de R$ 4 mil por assassinato, definido por Roberta, que desempenhava um papel de apoio logístico e financeiro. Ela sugeriu que todas as transações fossem feitas em dinheiro para evitar rastreamento e alertou Ana Paula que assuntos mais delicados deveriam ser tratados por telefone, visando maior segurança nas comunicações.

O caso que chamou atenção das autoridades foi o homicídio de Neil Corrêa da Silva, de 64 anos, em Duque de Caxias, no dia 26 de abril. Provas digitais indicam que Ana Paula viajou para se encontrar com Neil, e uma gravação enviada a Roberta revela detalhes sobre a administração do veneno. Durante o interrogatório, Ana Paula confessou o crime, fornecendo informações que validaram as evidências digitais.

Na casa de Ana Paula, a polícia encontrou o veneno conhecido como “chumbinho”, utilizado em todos os assassinatos. Além de Neil, as investigações localizaram outras vítimas, incluindo:

  • Marcelo Hari Fonseca, encontrado morto em 31 de janeiro em Guarulhos;
  • Maria Aparecida Rodrigues, morta entre 10 e 11 de abril, com o intuito de incriminar um ex-amante;
  • Hayder Mhazres, assassinado em 23 de maio na capital paulista, enquanto Ana Paula tentava obter benefício financeiro de uma falsa gravidez.

Roberta também teve seu envolvimento confirmado durante a apuração. Ela admitiu ter destruído o sofá de uma das vítimas, alegando que estava em estado avançado de decomposição. O Ministério Público de São Paulo identificou Ana Paula como uma “verdadeira serial killer” e solicitou a conversão de sua prisão temporária em preventiva, tornando-a indeterminada. Enquanto isso, Roberta foi detida temporariamente, e um novo inquérito foi aberto para investigar suas ações e responsabilidades no esquema criminoso.

O escândalo gerou indignação na cidade, e a Justiça de Guarulhos aceitou integralmente a denúncia contra Ana Paula, unindo todos os casos ligados aos assassinatos. A continuidade das investigações incluirá exumações e uma análise detalhada dos dados bancários das acusadas, na tentativa de mapear as transações financeiras relacionadas ao esquema de assassinato por encomenda.

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