O governo de Donald Trump solicitou a libertação imediata do pastor Jin Mingri, líder da Igreja Zion, após a sua detenção na China. A pressão veio em resposta à crescente repressão a grupos religiosos não registrados no país. Jin, que também é conhecido como Ezra Jin, foi preso em sua casa em Beihai, Guangxi, na última sexta-feira. Sua filha informou que, simultaneamente, cerca de 30 outros líderes e membros da Igreja Zion foram presos ou dados como desaparecidos em várias cidades.
O secretário de Estado, Marco Rubio, condenou as prisões e pediu a Pequim que respeite a liberdade religiosa, permitindo que cidadãos pratiquem suas crenças sem medo de represálias. “Essa repressão mostra como o Partido Comunista Chinês é hostil a cristãos que não aceitam sua interferência na fé”, destacou Rubio.
Jin, de 56 anos, fundou a Igreja Zion em 2007, tornando-se uma das maiores igrejas clandestinas do país. Ele se envolveu em protestos pró-democracia em 1989 e se formou em um seminário teológico na Califórnia. A Igreja Zion foi fechada pela primeira vez em 2018 e desde então seus cultos têm ocorrido online, alcançando até 10.000 fiéis em plataformas como Zoom e WeChat.
A filha de Jin, Grace Jin Drexel, que vive nos EUA, revelou que seu pai tem liderado a igreja remotamente. Sua esposa, Chunli Liu, e seus três filhos, todos cidadãos americanos, residem nos Estados Unidos desde 2018. Liu comentou que a detenção de seu marido ocorreu em um momento de preocupação crescente sobre sua influência. Recentemente, Jin foi impedido de visitar a Embaixada dos EUA para renovar o visto, sendo interceptado pelas autoridades.
O pastor Sean Long, líder da Igreja de Sião nos EUA, afirmou que a expectativa é que Jin enfrente acusações relacionadas à disseminação de conteúdo religioso online, especialmente após novas regulamentações que intensificam o controle sobre as atividades religiosas. Os líderes da igreja já se prepararam para a possibilidade de uma longa pena de prisão.
Os membros da Igreja Zion expressam temor de que a repressão se amplie. Informações recentes indicam um aumento nas detenções de líderes religiosos, levando muitos a acreditar que a liderança da igreja possa ser alvo de prisão iminente.
Bob Fu, fundador da ChinaAid Association, classificou as detenções como a mais coordenada onda de perseguição a igrejas clandestinas em mais de 40 anos. Corey Jackson, da Luke Alliance, alertou que a situação pode piorar, considerando essa operação a mais significativa desde 2018.
Embora a Constituição chinesa afirme garantir a liberdade religiosa, o Partido Comunista, que promove o ateísmo, reconhece apenas organizações religiosas autorizadas pelo Estado. Estima-se que dezenas de milhões de cristãos na China participem de igrejas não registradas, que frequentemente enfrentam assédio policial. Até mesmo as igrejas autorizadas são monitoradas e controladas, podendo ser fechadas se não seguem as diretrizes do governo.
Foi sob a liderança de Xi Jinping que o escrutínio sobre grupos religiosos não oficiais se intensificou. Cidadãos são incentivados a denunciar essas comunidades.
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