Quem ganha e quem perde com o fim da guerra em Gaza?

Publicado:

compartilhe esse conteúdo

O professor de Direito e Relações Internacionais Danilo Porfírio de Castro Vieira compartilhou suas análises sobre os recentes acontecimentos no Oriente Médio em uma entrevista. Ele destacou o impacto do cessar-fogo entre Israel e Hamas e as consequências para o futuro da região.

Porfírio expressou um otimismo cauteloso, observando que o Hamas está perdendo apoio de aliados históricos, como Irã e Hezbollah. Até mesmo o Qatar está reconsiderando seu papel no suporte ao grupo. O professor afirmou que “o Hamas foi o grande perdedor desse processo”, enfatizando que ele continua sendo classificado internacionalmente como uma organização terrorista e não deve participar da política local.

Esse cenário abre espaço para uma nova liderança na cidade palestina, possivelmente sob o comando do Fatah e de Mahmoud Abbas, que precisa de reformas significativas para se fortalecer. Além disso, Porfírio mencionou a formação de uma coalizão árabe liderada pelos Estados Unidos, que incluirá países como Egito, Arábia Saudita, Qatar e Turquia, para estabelecer uma força de segurança na região.

O especialista também diferenciou o acordo de cessar-fogo de um acordo de paz. O cessar-fogo é uma pausa temporária nas hostilidades, dependente do cumprimento de compromissos, enquanto o acordo de paz representa o fim definitivo do conflito. Ele acrescentou que “o cessar-fogo é uma trégua condicionada ao cumprimento de compromissos, como a entrega de prisioneiros e a desocupação de áreas”.

Em relação a Israel, Porfírio alertou sobre a possível fragilidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após o cessar-fogo. Ele destacou que Netanyahu pode enfrentar pressões internas e denúncias de corrupção. O processo para a paz ainda é complicado e dependerá da disposição do Hamas em abandonar a violência e jogar no campo político institucional. O professor acredita que, embora haja perspectivas de autonomia territorial para os palestinos, a completa soberania ainda está distante.

O que você pensa sobre essa nova fase no Oriente Médio? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Trump quer reajustar presença global dos EUA e aumentar predomínio na América Latina

Nova estratégia da administração do presidente Donald Trump traça um reajuste da presença global dos EUA, com foco maior na América Latina e...

Catar defende que cessar-fogo em Gaza é incompleto sem ‘retirada total’ de Israel

Mediadores regionais Catar, Estados Unidos e Egito contribuíram para viabilizar a trégua na Faixa de Gaza, que entrou em vigor em 10 de...

Chefe da diplomacia da UE afirma que EUA continua sendo seu ‘maior aliado’

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou neste sábado que os EUA continuam sendo o maior aliado da Europa, mesmo...