Nos últimos dias, a CPMI do INSS recebeu vários relatórios da Receita Federal sobre as movimentações financeiras de pessoas e entidades envolvidas no escândalo da “Farra do INSS”. Os documentos mostram uma série de compras extravagantes, revelando o gosto dos investigados por bens de luxo.
Entre as informações coletadas, foram identificados 23 automóveis adquiridos, somando R$ 8,1 milhões. Além do investimento em carros, foram registrados R$ 1 milhão em joias e a compra de pelo menos 25 iPhones. No total, as notas fiscais refletem um montante de R$ 96 milhões, correspondendo a movimentações de agosto de 2019 até 27 de maio deste ano.
Vale ressaltar que esse valor é apenas uma fração do total. Em junho, a Advocacia-Geral da União (AGU) bloqueou R$ 2,8 bilhões em bens e recursos dos investigados e das entidades envolvidas.
O automóvel mais caro listado foi um Porsche 911 Carrera GTS Cabriolet, comprado em agosto de 2024 pela empresa Brasília Consultoria Empresarial S/A por R$ 1,26 milhão. Essa empresa pertence ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Outros veículos de luxo adquiridos por ele incluem um Porsche Cayenne S Coupé e um Panamera 4S E-Hybrid, comprados por R$ 950 mil e R$ 830 mil, respectivamente, em fevereiro de 2024.
Entre os outros veículos, estão o Ford Mustang Mach-E GT, que custou R$ 451 mil, e um Range Rover Evoque, adquirido por R$ 315 mil pela Prospect Consultoria Empresarial S/A, outra empresa ligada a Careca. Além disso, a THJ Consultoria, de Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, comprou um SUV Porsche Cayenne híbrido por R$ 787 mil.
Nos registros de bens de luxo, as compras incluem joias e relógios que totalizam cerca de R$ 1 milhão. O item de maior valor foi um anel de ouro 750, com brilhantes e turmalina Paraíba, custando R$ 380 mil. Outros itens notáveis incluem um brinco avaliado em R$ 361 mil e uma pulseira de R$ 215 mil.
Investigados na farra do INSS compraram R$ 2,8 milhões em gado
Além dos luxos, parte do dinheiro desviado das aposentadorias foi utilizado na compra de gado. Dois dos principais investigados, Carlos Roberto Ferreira Lopes e Alexsandro Prado Santos, conhecido como Lequinho, compraram juntos pelo menos 1.243 cabeças de gado entre 2020 e 2025, totalizando R$ 2,88 milhões.
Ferreira Lopes adquiriu 998 bezerros da raça Nelore por aproximadamente R$ 1,5 milhão, enquanto Lequinho gastou R$ 1,37 milhão em 245 cabeças em transações realizados entre novembro de 2023 e janeiro deste ano. Ambos estão sendo investigados pela CPMI por supostamente liderar entidades que desviam recursos destinados a aposentados.
O escândalo da “Farra do INSS” tem impactos amplos e gera preocupações em relação à destinação de recursos públicos. O que você pensa sobre essas revelações e o uso indevido de verbas? Deixe sua opinião nos comentários.
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