Uma passageira sobrevivente do trágico acidente de ônibus na BR-423, que ocorreu entre Paranatama e Saloá, relembra os momentos de desespero durante e após o incidente que resultou em 17 mortes. Marlete Batista Neves Fernandes, moradora de Caetité, retornava para a Bahia com um grupo após um dia de compras no Polo de Confecções de Santa Cruz do Capibaribe.
Em entrevista à TV Sudoeste, Marlete contou que o ônibus estava em alta velocidade pouco antes de tombar. “Percebi que o ônibus começou a acelerar muito e pensei: ‘o motorista está doido’. Nesse momento, ele começou a fazer zigue-zague. Acho que tentou encostar em um barranco e, então, tombou. Eu segurei a poltrona e, quando ele virou, fui a primeira a sair”, relatou.
Marlete conseguiu escapar por uma janela no teto e se deparou com cenas de caos do lado de fora. “Só vi gente morta, sangue, gente gritando socorro. Foi uma loucura, entrei em estado de choque. Rasguei um pedaço do meu vestido para estancar o sangue de uma amiga que estava ferida”, explicou.
A comerciante estava acompanhada da cunhada, Maria, e da amiga, Ilka, que também ficaram feridas. Marlete informou que Ilka recebeu atendimento médico e permanece em observação hospitalar. Já a cunhada estava desaparecida na manhã de sábado (18). “Procurei por ela, chamando, mas estava tudo escuro. Não conseguia ver dentro do ônibus. Estou desesperada, tentando saber se ela está no hospital ou se já foi levada ao IML”, desabafou.
Marlete, que abriu uma loja de roupas há pouco mais de um mês em Caetité, explicou que a viagem a Pernambuco era para comprar novidades para o final do ano. “Foi a primeira vez que fiz essa viagem. Tudo estava ótimo, o ônibus parecia bom e confortável. Saímos de Pernambuco por volta das três da tarde, tudo organizado. Era para ser uma viagem feliz”, afirmou emocionada.
Esse relato traz à tona não apenas a tragédia humana, mas também questionamentos sobre a segurança no transporte rodoviário. O que você pensa sobre o tema? Compartilhe sua opinião nos comentários.
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