INSS: buraco em agenda oculta reuniões de ex-presidente no auge da farra

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O Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) apresenta uma ausência notável na agenda do ex-presidente Alessandro Stefanutto, entre março de 2024 e maio de 2025. Esse período coincide com o auge dos descontos indevidos nas aposentadorias, conforme revelado pelo Metrópoles.

Stefanutto, que esteve à frente do INSS de julho de 2023 até abril deste ano, foi destituído após a Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal, que investigou um esquema que resultou em R$ 6,3 bilhões em descontos irregulares.

Em 2024, durante o auge dos descontos indevidos, que totalizaram R$ 2,6 bilhões, não há registros claros de com quem o ex-presidente do INSS se reuniu. E-mails obtidos pela CPMI do INSS indicam que, em abril de 2024, o deputado federal André Figueiredo solicitou uma reunião com Stefanutto em nome da Ambec, uma das principais entidades citadas nas fraudes.

Devido à falha na agenda oficial, detalhes sobre essa reunião, incluindo quem representou a Ambec, permanecem desconhecidos. Figueiredo, à época presidente do PDT, partido do então ministro da Previdência Carlos Lupi, afirmou não ter conhecimento de irregularidades na entidade e que o objetivo do encontro era apresentar a nova diretoria da Ambec.

O INSS informou que as agendas públicas disponibilizadas no portal permitem a consulta apenas dos últimos 400 dias, impossibilitando verificações diretas sobre o período em questão. No entanto, registros de agendas anteriores a fevereiro de 2024 ainda estão disponíveis no site do INSS. O Metrópoles também notou que diversas agendas de ministros do governo Lula seguiram disponíveis desde janeiro de 2023.

Durante seu depoimento à CPMI, Stefanutto reconheceu que poderia haver concessões irregulares de benefícios, mas negou envolvimento direto no esquema. Um caderno apreendido durante investigações envolvendo o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes contenha anotações que sugerem pagamentos de propina, o que Stefanutto refutou.


O Escândalo do INSS

O caso envolvendo o INSS veio à tona em uma série de reportagens do Metrópoles em dezembro de 2023. Em apenas três meses, foi constatado um aumento significativo na arrecadação das entidades com descontos de mensalidades de aposentados, atingindo R$ 2 bilhões. Isso ocorreu enquanto as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados.

Essas reportagens resultaram na abertura de um inquérito pela Polícia Federal, que deu origem à Operação Sem Desconto, iniciada em 23 de abril e levando à demissão de Stefanutto e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Descontos indevidos ao longo dos anos:

  • 2016: R$ 413,2 milhões
  • 2017: R$ 460,4 milhões
  • 2018: R$ 617,4 milhões
  • 2019: R$ 604,6 milhões
  • 2020: R$ 510,9 milhões
  • 2021: R$ 536,3 milhões
  • 2022: R$ 706,2 milhões
  • 2023: R$ 1,3 bilhão
  • 2024: R$ 2,6 bilhões

Este escândalo levanta muitas questões sobre a gestão do INSS. Vamos continuar acompanhando essa situação e você, o que pensa sobre isso? Deixe sua opinião nos comentários!

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