A licença concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) à Petrobras para perfurar um poço exploratório de petróleo na Foz do Amazonas gerou forte reação entre ambientalistas e organizações da sociedade civil, que chamam a decisão de “sabotagem”. Este evento ocorre em um período crítico, com a COP-30, conferência climática da ONU, se aproximando, marcada para acontecer no Brasil, em Belém.

Em meio a meses de disputas entre o setor de óleo e gás e grupos ambientais, a autorização foi anunciada neste dia 20 de outubro. Entidades ambientais já manifestaram a intenção de recorrer à Justiça para tentar reverter a decisão.

A Petrobras, por sua vez, defende que a perfuração é apenas para fins exploratórios. A intenção, segundo a estatal, é coletar informações geológicas e verificar se há petróleo e gás na área com viabilidade econômica. Magda Chambriard, presidente da Petrobras, descreveu a licença como uma “conquista da sociedade brasileira”. Ela destacou o compromisso da empresa com o desenvolvimento nacional.

No entanto, ambientalistas afirmam que essa medida vai contra o discurso ambiental do governo. Suely Araújo, do Observatório do Clima, considera isso uma “dupla sabotagem”, alegando que o governo age em direção oposta às metas climáticas, prejudicando a imagem da COP-30.

O climatologista Carlos Nobre também criticou a decisão, afirmando que não existem justificativas para novas explorações de petróleo, pois a Amazônia está perto de um ponto de não retorno, o que poderia acelerar um colapso do bioma.

A exploração na Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte até o Amapá, tem gerado divisões dentro do próprio governo. Enquanto técnicos do Ibama haviam recomendado a rejeição do projeto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou apoio à exploração, criticando a lentidão da análise do pedido.

Agora, a concessão da licença levanta questionamentos internacionais e deve ser um dos principais tópicos de discussão na COP-30. O Brasil busca reafirmar sua liderança na agenda ambiental global.

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