A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) apresentou críticas à decisão do governo que autoriza a importação de bananas do Equador, inicialmente em forma desidratada. Essa medida, após uma decisão judicial que revoga restrições sanitárias, pode abrir espaço para a entrada da fruta in natura no Brasil. Em um requerimento direcionado ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Rosana expressou sua preocupação com os possíveis impactos econômicos e sanitários dessa medida.

De acordo com a deputada, a concorrência com a banana equatoriana pode prejudicar os produtores locais, especialmente nas regiões tradicionais como o Vale do Ribeira e Cajati, no interior de São Paulo. “O impacto seria devastador para a agricultura familiar. A banana equatoriana é mais barata devido a diferenças salariais, ambientais e subsídios. É uma concorrência desleal”, enfatizou ela.

Além das questões econômicas, Rosana também levantou preocupações sobre riscos sanitários. Ela destacou que a banana do Equador já foi associada a pragas como a Moko e ao fungo Fusarium Tropical Raça 4, que não estão presentes no Brasil e podem causar danos significativos às plantações. Esses problemas já levaram países como México e Estados Unidos a barrar a importação desse produto.

Atualmente, o Brasil é o maior consumidor de banana do mundo e o quarto maior produtor, conforme dados da Embrapa. O país produz mais de 6,6 milhões de toneladas anualmente, com 50% desse volume vindo da agricultura familiar, movimentando cerca de R$ 13,8 bilhões por ano.

Rosana conclui dizendo que o mercado interno já é capaz de suprir a demanda nacional, com excedentes até exportados. “Não há necessidade de importar. Precisamos proteger os empregos e a produção nacional”, afirmou.