Depois de mais de 200 anos afastadas, as araras-canindés estão prestes a retornar ao céu do Rio de Janeiro. Esses pássaros, que foram resgatados de situações de maus-tratos, estão passando por um processo de reabilitação desde junho.
A iniciativa é da Refauna, uma organização não governamental que se dedica a reintroduzir espécies animales à Mata Atlântica. Com o apoio do Instituto Chico Mendes e de diversos parceiros, esse projeto é uma grande contribuição para a recuperação ecológica da região.
Os três espécimes, sendo um macho e duas fêmeas, foram trazidos do Parque Três Pescadores, em Aparecida, São Paulo, onde estavam no Refúgio das Aves, um centro especializado em reabilitação de animais silvestres.

Agora, as araras-canindés estão no Parque Nacional da Tijuca, na Zona Norte do Rio. Em um espaço especialmente criado pela Unidade de Conservação, elas estão passando por treinamentos para se prepararem para o retorno ao seu habitat natural.
Esses treinos incluem o contato com alimentos nativos, estímulo ao voo e adaptação ao novo ambiente, fundamentais para o desenvolvimento de seus comportamentos naturais.
A importância da arara-canindé para o meio ambiente
O último registro de araras-canindés vivendo livremente no Rio data de 1818, anotado pelo naturalista Johann Natterer. O desaparecimento dessa espécie nativa da América do Sul causou sérios impactos ecológicos na região.
Segundo Marcelo Rheingantz, biólogo da UFRJ e Diretor Executivo do Refauna, “a Mata Atlântica perdeu muitas espécies de flora e fauna ao longo dos últimos séculos. Mesmo onde há floresta, muitas vezes ela está silenciosa e vazia. Ao trazer de volta animais como as araras, estamos restaurando funções ecológicas e ajudando a natureza a se regenerar”.

As araras-canindés desempenham um papel essencial na regeneração da floresta, pois ajudam na dispersão de sementes ao transportar frutos de um local a outro, promovendo o crescimento de novas plantas.
A Refauna planeja devolver 50 araras à natureza nos próximos seis anos, com a primeira soltura programada para dezembro. Até lá, a equipe continuará a oferecer alimentação e treinamento para garantir que as aves estejam prontas para uma vida selvagem segura.
O que você acha dessa reintrodução das araras-canindés no Rio? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe suas impressões sobre a importância dessa iniciativa para o meio ambiente.
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