Um recente inquérito policial revela que os auditores do Primeiro Comando da Capital (PCC) gerenciam o tráfico de drogas em São Paulo por meio de grupos no WhatsApp. Esses traficantes são responsáveis pelo controle financeiro e pelo abastecimento de biqueiras da facção.
Os pontos de vendas atuam como empresas, contando com hierarquia e sistema de monitoramento com câmeras de segurança. Entre março e abril deste ano, mensagens em um grupo de WhatsApp foram interceptadas, mostrando o cotidiano de um tráfico localizado na Cidade Tiradentes, na zona leste de São Paulo.
Divisão de tarefas no tráfico
Os traficantes, atualmente detidos em diversas unidades prisionais, desempenham funções específicas:
- Patrão/chefe: Paulo Sérgio Gomes da Silva, conhecido como I30, e Sidney Almeida Silva Junior, o Nego Boy, são responsáveis pela supervisão dos subalternos.
- Gerente: Marcelo Rodrigues Gomes, ou Marcelo Bleyd, cuida da logística e da arrecadação de dinheiro.
- Responsável do dia: Wellington Azevedo Crispim, conhecido como Bolinha, entre outros, coordena as operações em períodos específicos.
- Recolhe: João Victor Ferreira Souza, o Reco ou JV, realiza a coleta de dinheiro.
- Abastece: Bruno Nunes Crispim, conhecido como Memé, garante o fornecimento de drogas.
Urgência nas operações
As mensagens entre os criminosos mostram uma clara necessidade de rapidez. O responsável pela coleta de dinheiro, por exemplo, é frequentemente pressionado para atuar de forma veloz, evitando que a polícia realize abordagens. Em um dos áudios, um traficante solicita agilidade, alertando sobre a presença de viaturas e a necessidade de retirar o dinheiro.
Em outro áudio, Bolinha se queixa das ligações que recebeu enquanto tentava escapar da polícia. Essa dinâmica ilustra a pressão constante do ambiente em que operam.
Ouça os áudios obtidos pela polícia:
Operação Auditoria
- A Operação Auditoria, realizada no dia 21 de outubro, cumpriu 17 dos 38 mandados de prisão preventiva e 110 mandados de busca e apreensão. Vinte e um suspeitos ainda estão foragidos.
- Os detidos não incluem os traficantes mencionados anteriormente, que foram presos entre maio e setembro deste ano. Os novos alvos não tiveram suas identidades divulgadas.
- A operação atingiu áreas periféricas da zona leste de São Paulo e cidades na região metropolitana, como Guarulhos e Suzano.
- Cerca de 240 agentes foram envolvidos, mirando 84 pontos de tráfico.
- Foram apreendidas drogas, celulares, dinheiro e documentos com informações contábeis do tráfico.
- As autoridades não informaram a quantidade total de drogas e dinheiro apreendidos, mas a operação visou desmantelar a organização criminosa.
O que você acha das operações e estratégias usadas pelos traficantes? Compartilhe sua opinião nos comentários!
Compartilhe esse artigo:
Facebook Comments