A Intel apresentou resultados que excederam as previsões no terceiro trimestre. Essa é a primeira vez que a empresa divulga um balanço após o governo dos Estados Unidos se tornar seu principal acionista, adquirindo 10% da companhia por aproximadamente US$ 8,9 bilhões (R$ 47,9 bilhões). O relatório trimestral, divulgado na quinta-feira (23), sinalizou uma recuperação na demanda por processadores de PCs e um progresso nos esforços de reestruturação da empresa.
Como a Intel performou no terceiro trimestre?
- No terceiro trimestre, a Intel registrou receita de US$ 13,6 bilhões (R$ 73,4 bilhões), superando a estimativa de US$ 13,1 bilhões (R$ 70,7 bilhões);
- O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,23 (R$ 1,24), revertendo um prejuízo de US$ 16,6 bilhões (R$ 86,1 bilhões) do mesmo período do ano anterior;
- A Intel informou ter recebido US$ 5,7 bilhões (R$ 30,6 bilhões) do governo Donald Trump durante o trimestre;
- As ações da Intel subiram mais de 5% após o fechamento do mercado, acumulando uma alta superior a 85% em 2025;
- Esse desempenho encerrará a mais longa sequência de prejuízos da empresa em 35 anos, que totalizou seis trimestres consecutivos.

O diretor financeiro, David Zinsner, revelou em entrevista ao The Wall Street Journal que a demanda por chips de PC superou as expectativas. Ele comentou que “estamos lidando com o problema de oferta, pois a demanda está muito mais forte do que prevíamos.” O mercado de PCs foi aquecido pela migração de empresas para o Windows 11, após o fim do suporte ao Windows 10.
Para o quarto trimestre, a Intel espera receitas entre US$ 12,8 bilhões (R$ 68,9 bilhões) e US$ 13,8 bilhões (R$ 74,2 bilhões), com lucro ajustado de US$ 0,08 (R$ 0,43) por ação. Apesar do ponto médio da faixa ser ligeiramente abaixo da estimativa de Wall Street, Zinsner afirmou que, excluindo a venda da subsidiária Altera, a projeção “parece melhor” que as estimativas do mercado.
Reforçando o compromisso com a visão do governo Trump de revitalizar a produção de semicondutores, o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, declarou que a empresa está “totalmente comprometida” em se tornar um parceiro essencial nesses esforços.
Ajuda da Nvidia foi bem-vinda
A Intel também recebeu um aporte significativo de US$ 5 bilhões (R$ 26,9 bilhões) da Nvidia em setembro, para integrar suas CPUs com chips de inteligência artificial da Nvidia, que possui 90% do mercado de IA. A empresa espera que essa colaboração ajude a restaurar o crescimento de seu segmento de data centers, que teve uma queda de 1% nas vendas, totalizando US$ 4,1 bilhões (R$ 22 bilhões).
No total, a Intel registrou vendas de US$ 12,7 bilhões (R$ 68,3 bilhões), com um aumento de 3% em relação ao ano anterior. A divisão de Computação Pessoal ficou responsável por US$ 8,5 bilhões (R$ 45,7 bilhões), superando as previsões de analistas. A divisão de fundição apresentaram receita de US$ 4,2 bilhões (R$ 22,6 bilhões), uma queda de 2% em relação ao ano anterior, com toda a receita provinda da produção de chips para o uso próprio da Intel.
Ainda há desafios
Apesar desse desempenho positivo, a Intel enfrenta desafios significativos. Lip-Bu Tan, assumiu a liderança da empresa durante um período turbulento e ressaltou que suas prioridades incluem reestruturar produtos, reduzir custos e atrair clientes para a fábrica sob contrato.
Com uma abordagem financeira mais rigorosa, que inclui cortes de pessoal e revisão de investimentos, surgiram preocupações sobre o ritmo de inovação e o futuro da liderança tecnológica da Intel. Projetos de expansão, como a construção de uma megafábrica de chips em Ohio, foram adiados para 2030, mas a empresa reafirmou seu compromisso com esse projeto.
A Intel começou o trimestre com 88,4 mil funcionários, uma redução significativa em relação aos 124,1 mil do ano anterior. Mesmo assim, a demanda por chips deve continuar superando a oferta até 2026.
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