MP denuncia deputado Lucas Bove e pede prisão preventiva por descumprir medidas protetivas de Cíntia Chagas

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia contra o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL). Ele é acusado de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaças contra sua ex-mulher, a influenciadora digital Cíntia Chagas. O MP solicitou à Justiça, nesta quinta-feira (24), a prisão preventiva do parlamentar, alegando descumprimentos contínuos das medidas protetivas concedidas à vítima. Bove nega todas as acusações.

A denúncia aponta que o deputado ignorou diversas ordens judiciais, mesmo após advertências feitas pessoalmente e através de seus advogados. O MP destaca que Bove mostrou “claro desprezo” pelas restrições impostas pela Justiça. Informações publicadas pelo jornal O Globo revelam que o parlamentar acredita que não será responsabilizado por seus atos.

Para a promotoria, as medidas protetivas atuais já não garantem a segurança de Chagas, reforçando o pedido de prisão.

Esse desenvolvimento ocorre após Chagas ter denunciado o ex-marido no ano passado, relatando abusos físicos e psicológicos durante o relacionamento de mais de dois anos.

Em 29 de setembro deste ano, a polícia indiciou Bove pelos crimes de perseguição e violência psicológica. A acusação do MP também ressalta que o deputado expôs Cíntia a desgaste emocional por meio de postagens, insinuando que ela estaria mentindo. Segundo os documentos, a influenciadora foi “sistematicamente exposta e ridicularizada” na mídia e na opinião pública.

Cíntia relatou que, em uma discussão, Bove arremessou uma faca em sua direção, causando ferimentos. Em outra ocasião, ele jogou uma garrafa de água mineral em direção a ela e ameaçou queimar seus pertences enquanto ainda estavam casados.

Apesar das acusações, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu arquivar uma denúncia anterior contra Bove, que envolvia quebra de decoro parlamentar devido às acusações de sua ex-mulher. Em nota publicada no Instagram, Cíntia manifestou confiança na Justiça e afirmou que é moralmente inaceitável que agressores ocupem funções de poder. Ela ressaltou que a violência contra a mulher é um crime e uma afronta à dignidade humana.

Cíntia também deixou uma mensagem para outras mulheres: “Não se calem. O silêncio protege o agressor”. Durante um debate na GloboNews com a ex-deputada Manuela D’Ávila, ela comentou ter recebido mais apoio da esquerda do que da direita após denunciar o ex-marido. A influenciadora refletiu sobre suas críticas ao movimento feminista, reconhecendo que sua raiva vinha do que vivia em casa.

Por sua vez, Lucas Bove negou as acusações, alegando que o MP pediu sua prisão apenas por responder a perguntas sobre fatos já públicos. Ele mencionou um suposto laudo e declarações que comprovariam não haver dano psicológico, alegando que foram ignorados pela delegada responsável.

Bove ainda acusou sua ex-mulher de desrespeitar o segredo de Justiça e criticou a militância feminista, afirmando ser alvo de falsas denúncias. Em sua defesa, declarou: “Sinto vergonha em nome das vítimas reais de violência que não denunciam por medo de descredibilização”.

O deputado finalizou dizendo que está confiante na Justiça e em sua inocência, pedindo que a juíza analise cuidadosamente o pedido de prisão e as alegações de violência psicológica.

Ainda não há informações sobre a data em que a Justiça decidirá sobre o pedido de prisão preventiva solicitado pelo Ministério Público.

O caso de Lucas Bove e Cíntia Chagas levanta questões importantes sobre a segurança das vítimas de violência e a responsabilidade de figuras públicas. O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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