A região da 25 de Março tem se tornado um ponto crítico para motoboys que transportam cargas valiosas, como eletrônicos. Esses profissionais enfrentam a ameaça constante de assaltos, mesmo em meio à agitação do comércio popular de São Paulo. Os crimes são frequentes, levando a um aumento no número de policiais armados que oferecem escolta como um serviço extra.
No dia 18 de outubro, um motoboy foi baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto nas ruas Barão de Duprat e Carlos de Souza Nazaré, local onde a violência já se tornou uma triste rotina. Um policial militar de folga acabou disparando contra um dos suspeitos, mas esse não foi um caso isolado. Motoboys realizaram um protesto em 20 de outubro, exigindo mais segurança na área.
Esses motoboys, que operam nas áreas da 25 de Março e da Rua Santa Ifigênia, têm um perfil distinto dos entregadores de aplicativo. Por causa do alto valor das cargas, que podem ultrapassar R$ 500 mil em uma única entrega, eles são diretamente contatados pelos lojistas para realizar as entregas. Contudo, isso os expõe a um risco constante de assalto.
Segundo os entregadores, frequentemente eles são monitorados por informantes dos criminosos, o que torna suas vidas ainda mais arriscadas. Um motoboy cunhou o termo “boca de dragão” para descrever o local, indicando a presença de gangues.
Um Dia Normal de Risco
Marcelo Duty, um motoboy com 18 anos de experiência, relata que assaltos ocorrem, inclusive, dentro do Mercado Kinjo Yamato, um local que deveria oferecer segurança. Os ladrões costumam seguir os entregadores desde locais de grande movimentação, como o Shopping Mundo Oriental e a Galeria Pagé, atacando no mercado por ser um atalho percebido como mais seguro.
“A situação é tão perigosa que um guardador de motos na área disse já ter presenciado oito assaltos em um único dia,” comenta Duty.
Experiências Diretas
Em um incidente, um motoboy teve que correr para escapar de um grupo de ladrões prontos para abordá-lo. Ele gritou por socorro e, felizmente, conseguiu se refugiar em uma barraca de frutas, mas não sem momentos de grande tensão.
Os constantes assaltos não só afetam o dia a dia desses profissionais, mas também impactam suas relações de trabalho. Lojistas hesitam em chamar os mesmos entregadores devido ao receio de que eles estejam envolvendo as cargas em situações de risco, mesmo diante de provas concretas captadas por câmeras.
Resposta das Autoridades
A Secretaria da Segurança Pública está investigando o caso do motoboy baleado e afirma que intensificou a presença policial no centro de São Paulo, com foco no combate ao crime organizado. Medidas incluem o uso de mais de 400 policiais militares, além de ressaltarem os esforços para reduzir os índices de criminalidade.
Em resposta a isso, a Prefeitura informou que a área da 25 de Março conta com patrulhamento ostensivo e apoio de 9.000 câmeras de segurança do programa Smart Sampa.
Com o aumento do volume de entregas ao se aproximar do fim do ano, a preocupação dos motoboys só cresce. Eles ficam à espera de soluções efetivas que garantam sua segurança e a integridade de suas cargas.
E você, já teve alguma experiência relacionada à insegurança no trabalho? Compartilhe suas histórias ou opiniões nos comentários.

Facebook Comments