A Venezuela decidiu suspender o acordo energético com Trinidad e Tobago, logo depois da chegada de um navio de guerra dos Estados Unidos ao país insular para exercícios militares no Caribe. O pacto, que estava em vigor desde 2015, estabelecia uma cooperação no setor de gás entre as duas nações. A vice-presidente e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodríguez, confirmou a decisão, recomendando ao presidente Nicolás Maduro o rompimento do acordo.
Maduro criticou as manobras militares entre Washington e Port of Spain, considerando-as uma **ameaça** à segurança venezuelana. Durante seu programa semanal de televisão, ele declarou que a suspensão imediata do acordo foi aprovada. Na resposta, a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, afirmou que o país não se submete a chantagens políticas e que seu futuro não depende da Venezuela.
As relações entre os dois países se deterioraram desde a nova gestão de Persad-Bissessar, que adotou um discurso mais alinhado aos interesses dos Estados Unidos e crítico à imigração venezuelana. Recentemente, Trinidad e Tobago obteve autorização dos EUA para explorar um campo de gás próximo à fronteira venezuelana, o que provocou a ira de Caracas. Rodríguez acusou a premiê de se alinhar aos planos bélicos dos EUA e transformar seu território em uma colônia militar americana.
O contratorpedeiro USS Gravely, que participa de operações antidrogas na região, permanecerá em Trinidad e Tobago até 30 de outubro. O governo venezuelano alegou ter desmantelado uma célula ligada à CIA que planejava um ataque de bandeira falsa contra o navio, visando culpar Caracas. As operações militares dos EUA na área já resultaram em inúmeras mortes em ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas.
O cenário na região continua a ser tenso, com implicações significativas para a dinâmica entre a Venezuela e Trinidad e Tobago. O que você pensa sobre essa situação? Deixe sua opinião nos comentários.

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