Farra do INSS: empresário preso escondeu dinheiro no exterior, diz PF

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Maurício Camisotti, preso preventivamente por suposto envolvimento em um esquema de descontos indevidos contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), utilizou uma offshore e um fundo de investimentos localizado na Faria Lima para movimentar recursos no exterior. Essa informação foi revelada pela Policia Federal (PF) em um documento enviado ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A análise dos dados do celular de Camisotti e suas movimentações financeiras apontam que ele é um dos beneficiários do dinheiro arrecadado por três entidades envolvidas em um esquema de fraudes, conforme reportado pela Metrópoles. Os Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também corroboram essas descobertas.

A PF solicitou a manutenção da prisão preventiva do empresário, que alega não ter envolvimento nas fraudes. No celular de Camisotti, foram encontrados indícios de dilapidação do patrimônio e continuidade de atos de lavagem de dinheiro, incluindo operações com uma gestora de investimentos e estruturas offshore.

“Foram identificadas operações por meio de estruturas offshore, bem como a utilização de fundos de investimento para movimentação de recursos no exterior via a instituição Genial Investimentos”, informa a PF.

Em defesa, os advogados de Camisotti alegam que a conta na Genial Investimentos foi criada após o fechamento unilateral de outra conta no BTG Pactual. A offshore, segundo a defesa, foi fundada em 2015 de forma legal e está regularizada junto aos órgãos fiscais.

O empresário continua disposto a esclarecer qualquer dúvida às autoridades, afirmam seus defensores.

Além das contas no BTG Pactual e Genial Investimentos, a PF identificou movimentações financeiras em outras instituições. A Genial Investimentos foi contatada, mas não havia manifestação até o fechamento da matéria.

Alvo da PF Quis Investir em Cripto Após Operação

Após ser alvo da Operação Sem Desconto, há duas semanas, Camisotti consultou sua instituição financeira sobre a possibilidade de investir 40% de seu patrimônio em criptoativos. Essa informação foi colhida em uma reunião no dia 8 de maio.

O empresário não havia demonstrado interesse em criptoativos antes, com suas contas sendo abertas entre 2012 e 2023. Após o pedido, o banco bloqueou suas contas.

O Coaf explica que criptoativos podem ser facilmente transferidos entre jurisdições, o que facilita ações ilícitas. Diante disso, o banco decidiu bloquear as contas de Camisotti para evitar movimentações suspeitas.

Maurício Camisotti foi alvo de busca e apreensão na Operação Sem Desconto, em abril, e preso preventivamente em 12 de setembro. Empresas vinculadas a ele repassaram pelo menos R$ 25 milhões ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, considerado o principal operador das fraudes.

Um dia antes de sua prisão, Camisotti tentou influenciar as investigações da polícia e dos parlamentares, negando qualquer irregularidade em suas conversas. Essa situação levanta questionamentos sobre a atuação de Camisotti e a extensão de sua influência.

E você, o que pensa sobre esses esquemas de fraudes? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião.

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