A megaoperação realizada na terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha se tornou a ação policial mais letal da história do Rio. Mais do que capturar criminosos em fuga, o objetivo foi atingir o centro de comando e a principal área de expansão do Comando Vermelho (CV).
A disputa por essas áreas é intensa, pois se trata de uma guerra por território e dinheiro. O controle desses espaços influencia diretamente a força econômica e operacional da facção.
De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), os complexos da Penha e do Alemão representam o quartel-general da facção. Desses locais, partem ordens que coordenam ações tanto dentro quanto fora da capital.
A Penha: o cérebro do CV
A Penha tem uma posição estratégica e se consolidou como um polo de comando, abrigando líderes de diversas partes do país. É lá que ocorrem as decisões operacionais, financeiras e logísticas.
É desse núcleo que são coordenadas estruturas de armamento, a logística do tráfico de drogas e atividades que financiam o crime.
Na operação, um dos detidos foi Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, apontado como o braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, uma das principais lideranças do CV na região.
A polícia também identificou 32 alvos de fora do estado, especificamente do Pará, ressaltando a penetração interestadual da facção.

Portanto, a Penha não é apenas uma favela, mas o centro decisório onde a facção protege seus líderes.
A Zona Oeste: a fronteira do lucro
Enquanto mantém o comando na Penha, o CV avança sobre a Zona Oeste, abrangendo áreas como Campo Grande, Santa Cruz e Jacarepaguá. Tradicionalmente dominada por milícias, essa região tornou-se um novo alvo para o CV.
O interesse do CV vai além do tráfico de drogas, mirando mercados controlados ilegalmente pelas milícias, como internet clandestina, gás de cozinha e transportes alternativos. Essas atividades movimentam milhões e garantem controle sobre a vida de milhares de pessoas.
Quem domina a Zona Oeste domina uma fatia significativa da economia criminosa do Rio.
Essa expansão e o confronto com as milícias são motores da crescente violência na cidade.
Conexão interestadual e comando à distância
A presença de criminosos do Pará identificados na operação mostra a rede nacional do CV, que permite a continuidade da hierarquia mesmo com líderes presos. Essa conexão permite o abastecimento de drogas e armamentos, além de descentralizar ordens para minimizar impactos em operações.
Hoje, o Comando Vermelho atua em grande parte do Brasil, tornando a repressão mais complexa e limitando a capacidade da polícia do Rio de enfrentar o crime no nível local.
A batalha que define o futuro
A Penha e a Zona Oeste representam lados diferentes na mesma equação criminosa. Controlar a Penha é comandar; dominar a Zona Oeste é enriquecer.
A operação da terça-feira, focada simultaneamente no cérebro e no caixa da facção, atingiu o CV em um de seus pontos mais frágeis.
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