A empresa de transporte e delivery 99, que faz parte do grupo chinês Didi Global, anunciou nesta quarta-feira (29) que iniciou uma investigação interna. O objetivo é descobrir ações de roubo de informações estratégicas, que estariam ocorrendo através de acessos indevidos a dados, furtos de laptops e assédio a funcionários por parte de supostas consultorias.
O comunicado da 99 revela que já foram encontradas evidências de que informações confidenciais, como detalhes sobre o lançamento da 99Food em novas cidades e contratos com restaurantes, podem ter sido comprometidas em ações criminosas. Isso inclui estratégias e estruturas de expansão da operação da plataforma no Brasil.
Funcionários relataram abordagens de consultorias que tentam obter dados confidenciais da empresa. Muitos deles receberam mensagens oferecendo recompensas que variam de US$ 200 a US$ 1.000 em troca de informações camufladas como pesquisa de mercado. Além disso, a 99 identificou casos de furto de notebooks pertencentes a funcionários em posições estratégicas.
Boletins de Ocorrência
A investigação também contemplará relatos e boletins de ocorrência de funcionários que foram perseguidos nas localidades onde a 99Food atua. A empresa menciona múltiplas tentativas de invasão aos seus sistemas e ao aplicativo, algumas ocorrendo diariamente.
A 99 acredita que sua entrada no mercado com um novo modelo de delivery, lançado em abril, intensificou investimentos no setor. Até então, 80% do mercado era dominado pelo iFood. A proposta da 99 visa oferecer um custo menor para restaurantes, permitindo liberdade na definição de preços no delivery, o que tem gerado disputas legais e práticas de concorrência predatória.
No comunicado, a 99 critica a concorrência: “Enquanto nós revolucionamos um mercado há muito dominado por práticas que prejudicam restaurantes, entregadores e consumidores, temos indícios de uma campanha para comprometer nossas operações. Isso inclui assédio, furtos de laptops e tentativas diárias de acessos não autorizados.”
Espionagem corporativa
Recentemente, as empresas de delivery no Brasil têm se enfrentado em casos de espionagem corporativa, levando a acionamentos policiais. O iFood também alegou que seus funcionários foram assediados por consultorias internacionais, além de ter sofrido a captura irregular de dados estratégicos.
Um caso específico envolve um ex-funcionário do iFood que fez o download de informações sobre 5 mil restaurantes que têm acordos com a empresa. Este incidente está sendo investigado pela Polícia Civil e resultou em busca e apreensão de equipamentos eletrônicos.
O que você pensa sobre essas alegações? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre a situação no setor de delivery.

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