Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e ex-ministro da Segurança Pública, levantou preocupações sobre a segurança no Rio de Janeiro após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, realizada na última terça-feira. Durante a entrega da Medalha Dois de Julho a Henrique Carballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Jungmann questionou a eficácia dessas ações e se elas realmente impactam a vida dos moradores da cidade.
Ele deixou claro que, após a operação, a sensação de segurança para os cariocas permanece praticamente a mesma. “O dia seguinte trouxe mais segurança ao carioca? Ele está menos exposto a sequestros, crimes ou tráfico de drogas? Acredito que não ou muito pouco. A operação não tocou nas raízes do crime organizado, como o financiamento, as armas ou o recrutamento de jovens nas localidades”, afirmou.
Jungmann também destacou que, apesar das mortes que ocorreram, incluindo de policiais, a situação de violência nas ruas permaneceu inalterada. Ele criticou a repetição de estratégias que não trazem soluções duradouras para o problema. “Isso se assemelha a ações do passado e não representa uma política efetiva de segurança pública que consiga reduzir a influência do crime organizado”, disse.
Ele frisou que cerca de um milhão e meio a dois milhões de cariocas vivem sob a influência de milícias e do crime. Para Jungmann, essa operação não trouxe a segurança esperada para a população. Ele também mencionou as limitações constitucionais que impedem uma atuação mais coesa entre os diferentes níveis de governo e defendeu a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18, que facilitaria essa cooperação.
“Historicamente, o governo federal nunca teve atribuições na Segurança Pública. A PEC 18 permitiria um trabalho mais coordenado com estados e municípios, essencial para enfrentarmos o crime organizado”, destacou.
Ao mencionar a expansão do Primeiro Comando da Capital (PCC), Jungmann reforçou a necessidade de uma resposta nacional para combater a criminalidade. “Hoje o PCC está presente em 28 países. Como as polícias estaduais conseguem lidar com isso? Precisamos de uma coordenação direta do governo federal, assim como ocorre em políticas de educação e saúde”, concluiu.
O debate sobre segurança pública no Rio de Janeiro está longe de se resolver. O que você pensa sobre a eficácia das operações policiais na cidade? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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