Especialistas explicam por que CV e PCC não conseguem dominar o DF

Publicado:

A recente megaoperação contra líderes do Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, trouxe à tona uma questão importante: até onde vai o poder do crime organizado. Apesar das maiores facções do Brasil, como o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), estarem presentes em várias partes do país, o Distrito Federal ainda não faz parte dos territórios dominados por esses grupos.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a estrutura forte do governo local desempenha um papel vital na segurança pública. O sistema prisional centralizado e a atuação eficiente da polícia em Brasília são aspectos que evitam a consolidação do domínio das facções criminosas. Segundo o estudo, os grupos criminosos têm dificuldade em se estabelecer devido à eficácia das forças de segurança.

“Não é possível apontar a relevância delas nas dinâmicas urbanas. Sem êxito em se estruturar, essas organizações ocupam uma posição lateral diante da segurança pública,” comentou um especialista.

Renato Araújo, especialista em segurança, observa que o controle sobre a criminalidade ocorre de várias formas, desde políticas públicas de prevenção até a atuação direta das forças policiais. Ele destaca que a colaboração entre a Polícia Civil, Militar e Penal do DF é um diferencial que fortalece a luta contra as facções.

Com a transferência de líderes perigosos para a Penitenciária Federal de Brasília, a aproximação das facções à capital se intensificou. Exemplos notáveis incluem a prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal líder do PCC. No entanto, especialistas como Nelson Gonçalves alertam que mesmo com essa movimentação, o controle e a comunicação são monitorados rigorosamente dentro das prisões para evitar a propagação de ordens e ações criminosas.

Desde 2019, a prática de interceptação de mensagens dentro das penitenciárias visa impedir que informações circulem entre os membros das facções. Há um controle constante sobre o sistema carcerário para prevenir disputas territoriais e proteger a ordem pública.

Além disso, o Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional iniciou medidas preventivas para garantir a segurança nas prisões. A separação de presos por perfil de risco e a fiscalização rígida são elementos-chave para mitigar o fortalecimento das facções.

“Essa constante pressão e precisão operacional mantém o DF fora do mapa de domínio faccional,” afirmou Renato.

O DF ainda enfrenta a presença de algumas facções como o Comboio do Cão (CDC), o PCC e o CV, mas sua influência é contida. O cenário atual mostra que as políticas de segurança implementadas têm sido eficazes em controlar o avanço do crime organizado na região.

Com base nisso, o que você acha que poderia ser feito para melhorar ainda mais a segurança no Distrito Federal? Compartilhe suas ideias e opiniões nos comentários!

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Ceni detalha vitória do Bahia sobre Bragantino em virada de 2 x 1

Neste domingo, o Bahia venceu o Bragantino por 2 a 1 na Arena Fonte Nova, e o técnico Rogério Ceni comentou sobre o...

Quem era a jovem de 20 anos morta durante assalto na zona leste de SP

Na noite de sábado, 1º de novembro, Beatriz Sorrilha Munhos, de 20 anos, foi tragicamente morta após ser baleada na cabeça durante um...

“Entregamos tudo e deram tiro na cabeça dela”, diz pai de jovem morta

O pai de Beatriz Munhoz, uma jovem de 20 anos, se manifestou em redes sociais após a morte violenta da filha,...