O deputado federal Paulo Lupion, do Republicanos-PR e líder da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), apresentou uma emenda ao projeto de lei (PL) Antifacção. A proposta visa incluir indivíduos ou grupos que realizam ocupações de terras, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no alcance da legislação.
No texto da emenda, Lupion proíbe que o poder público ofereça proteção ou qualquer benefício a grupos envolvidos em práticas como esbulho possessório, ocupações ilegais e depredação patrimonial. A justificativa do deputado é aumentar a proteção da propriedade rural e combater crimes que afetam os produtores.
Ele comenta que a medida é necessária para garantir a segurança da propriedade no meio rural e reforça que a proposta busca combater ações que violam os direitos dos proprietários. Segundo a Agência Brasil, a emenda também impede que o programa de proteção a testemunhas para defensores de direitos humanos seja aplicado a quem participa de ocupações de terras.
O PL será discutido no Plenário da Câmara nesta quarta-feira, e o relator Guilherme Derrite (PP-SP) decidirá se acata ou não a emenda de Lupion.
Em contrapartida, Diego Vedovatto, advogado do setor de direitos humanos do MST, criticou a emenda. Ele vê essa proposta como uma tentativa de criminalizar movimentos sociais, associando-os a crimes. Vedovatto destaca que, se aprovada, essa emenda poderia afetar todos os movimentos sociais do país, devido à sua redação abrangente.
De acordo com ele, movimentos sociais são legítimos e buscam reivindicar direitos constitucionais, como reforma agrária e direito à moradia. Vedovatto também afirma que o MST utiliza as ocupações de terra como uma forma de denunciar e atrair a atenção do poder público, fundamentando suas ações no Artigo 184 da Constituição Federal.
O MST argumenta que ocupa terras improdutivas para exigir que o Estado cumpra a Constituição. Por outro lado, organizações que representam proprietários de terras acusam o movimento de cometer crimes e tentam aprovar projetos que dificultem novas ocupações.
E você, o que pensa sobre essa proposta e seus impactos nos movimentos sociais e na propriedade rural? Deixe sua opinião nos comentários.

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