O Movimento de Lausanne está promovendo reflexões sobre como a inteligência artificial (IA) pode impactar o futuro da missão cristã. Com a nova divisão de pesquisa, chamada LIGHT, o movimento investiga as oportunidades e os desafios que esta tecnologia traz para a Igreja e a vida cotidiana. Isso envolve diversas áreas, desde a comunicação e aprendizado até a teologia e cuidado pastoral.
De acordo com o último relatório da LIGHT, “a IA não é, em si mesma, nem salvadora nem ameaçadora”. O seu valor, afirmam os pesquisadores, dependerá de como será discernida e utilizada pelo povo de Deus.
Conforme a IA se torna mais comum na sociedade, a iniciativa de Lausanne busca ajudar os líderes religiosos a entender como essa tecnologia pode apoiar o cumprimento da Grande Comissão. Pastores e missionários estão cientes de que a conversa vai além das questões éticas.
A IA já está sendo usada para traduzir as Escrituras, automatizar a comunicação e facilitar o trabalho missionário. Embora essas ferramentas possam acelerar os esforços evangelísticos, o uso inadequado pode impactar negativamente as conexões humanas.
O relatório adverte contra “otimismo ingênuo e medo paralisante” e encoraja os fiéis a interagir com a IA de forma ética e com uma base teológica sólida. Questões importantes são levantadas, como: “Como essas ferramentas podem fortalecer relacionamentos autênticos ao invés de substituí-los?” e “Como a igreja pode ser um modelo de transparência na era digital?”.
Seis princípios foram sugeridos aos ministérios para o uso ético da tecnologia. Esses princípios incluem o alinhamento da tecnologia com a Grande Comissão, a promoção de relacionamentos genuínos, a atenção às necessidades dos vulneráveis e a defesa de responsabilidade moral na sua utilização.
O relatório destaca que a IA não deve interfere na comunhão com Deus ou nas relações interpessoais. “Como seres moralmente responsáveis diante de Deus, não podemos atribuir responsabilidade moral às máquinas”, afirmam os autores.
Um dos temas mais debatidos é o evangelismo por meio da divulgação pública do Evangelho. Apesar da capacidade da IA de traduzir textos para novos idiomas, os autores enfatizam que nada pode substituir o testemunho pessoal dos crentes. “Os mandamentos bíblicos permanecem e exigem proclamação fiel, independentemente do meio utilizado”, concluem.
A IA pode melhorar a comunicação e ajudar a alcançar novos públicos, mas a conexão humana, segundo o relatório, é insubstituível. “A presença encarnada de pessoas é que manifesta o amor tangível de Cristo”, argumentam os autores.
O relatório reconhece que a Igreja já enfrentou revoluções tecnológicas antes e que continuará a fazê-lo. Com discernimento e oração, os fiéis podem abordar essa nova realidade com esperança e confiança na missão de Deus.
O texto finaliza ressaltando que, em um mundo cada vez mais digital, a IA deve servir e não substituir a voz humana na proclamação das boas novas. A reflexão contínua sobre essas questões é vital para a missão da Igreja.
E você, o que pensa sobre o uso da inteligência artificial na missão cristã? Deixe sua opinião nos comentários.

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