A Polícia Civil de São Paulo finalizou, na última quinta-feira, um dos inquéritos sobre a morte do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, assassinado em uma emboscada em Praia Grande no dia 15 de setembro. Ao todo, 12 pessoas foram indiciadas: sete por homicídio e organização criminosa, e cinco apenas por organização criminosa. Dentre os indiciados, 10 estão detidos e dois permanecem foragidos.
As investigações revelaram que os suspeitos se dividiram em dois grupos: um responsável pela execução do ex-delegado e outro que deu suporte ao crime, inclusive com transporte de armas e apoio na fuga.
Detalhes da emboscada
Um vídeo de câmeras de segurança registra o momento em que a emboscada foi iniciada. Os criminosos estacionaram um carro em uma rua nas proximidades da Prefeitura de Praia Grande, onde Ruy atuava como secretário de Administração. Imagens mostram o momento em que o ex-delegado colidiu seu carro em um ônibus e foi então fuzilado.
Veja:
Indiciados e suas participações
- Paulo Henrique Caetano Sales (PH): Um dos atiradores, que fez a contenção. Chegou ao local em uma Hilux preta e foi preso em 24 de outubro.
- Luis Antônio Rodrigues de Miranda (Gão): Dirigia a Hilux e está foragido.
- Umberto Alberto Gomes: Atirador responsável por 20 disparos. Fugiu para o Paraná e morreu em confronto com a polícia em 30 de setembro.
- Rafael Marcel Dias Simões (Jaguar): Identificado como membro do PCC e se entregou à polícia em 20 de setembro.
- Marcos Augusto Rodrigues Cardoso (Fiel): Seguiu Ruy após ele deixar a prefeitura e deu sinal para o ataque. Preso em 3 de novembro.
- Felipe Avelino da Silva (Mascherano): Envolvido na fuga, deixando as chaves em um carro, dificultando a fuga do grupo. Preso em 6 de outubro.
- Flávio Henrique Ferreira de Souza: Identificado por impressões digitais deixadas no carro usado para a fuga. Está foragido.
- William Silva Marques: Alugou um imóvel próximo ao local do crime que foi usado pelos criminosos. Preso em 21 de setembro.
- Cristiano Alves da Silva (Cris Brown): Dono de outro imóvel usado no crime. Preso em 17 de outubro.
- Dahesly Oliveira Pires: Namorada de um atirador, presa por ter buscado um fuzil usado no crime. Detida em 18 de setembro.
- José Nildo da Silva: Supondo atuar como atirador, foi gravado armado em Itanhaém. Preso em 21 de outubro.
- Luiz Henrique Santos Batista (Fofão): Ajudou Jaguar a fugir para a Grande São Paulo, preso em 19 de setembro.
- Danilo Pereira Pena (Matemático): Designou Fofão para o transporte de Jaguar. Preso em 16 de outubro.
Um 13º envolvido, que estava no banco traseiro da Hilux e também pode ser um atirador, ainda não foi oficialmente identificado, mas a polícia afirma já ter um suspeito. O inquérito foi enviado ao Ministério Público de São Paulo, que planeja pedir a prisão preventiva dos acusados.
Motivações e investigações adicionais
As investigações indicam que a emboscada foi calculada por membros do PCC. Ruy era alvo por seu trabalho no combate à facção criminosa e já havia recebido ameaças de morte. Além disso, há suspeitas de corrupção nos contratos da prefeitura, o que ele investigava enquanto secretário, possivelmente gerando retaliações. Outros inquéritos estão em andamento para identificar mandantes e co-autores.
Os investigadores pretendem instaurar dois processos distintos. Um focará nos acusados de organização criminosa e outro nos que também estão ligados ao homicídio, levando esses últimos ao Tribunal do Júri.
O que você acha sobre os desdobramentos desse caso? Deixe sua opinião nos comentários.

Facebook Comments